Saúde

Tempo seco e os riscos à saúde

25/07/2014
Tempo seco e os riscos à saúde | Jornal da Orla
Nas últimas semanas muito se tem falado sobre umidade relativa do ar, dispersão de poluentes, índice pluviométrico e outras questões relacionadas à falta de chuvas e à ameaça que esta situação ambiental representa ao abastecimento de água. Nessas condições climáticas os riscos à saúde também são grandes, principalmente para idosos e crianças, que são os grupos mais afetados pelo clima seco, responsável por sintomas como dores de cabeça, nariz entupido e ressecado, sangramento nasal, olhos vermelhos e secos, crises alérgicas e respiratórias.
 
 “A baixa umidade do ar torna o muco nasal mais espesso e facilita a anexação de micro-organismos que podem provocar alergias, infecções e doenças graves no trato respiratório”, explica a otorrinolaringologista Tânia Sih, professora da USP. Esse índice (medido em porcentagem) significa o quanto de água na forma de vapor existe no ar, naquele momento, em relação ao total máximo que poderia existir, na temperatura observada. 
 
Alergias e infecções
“Principalmente durante os meses frios no Brasil, quando o tempo costuma ficar mais seco, há aglomeração de pessoas e os ambientes costumam ficar fechados, sem a troca necessária do ar. Esses fatores, somados às particularidades biológicas de cada indivíduo, são grandes facilitadores das viroses e alergias”, reforça a médica.
 
A poeira doméstica e a falta da higiene necessária também costumam potencializar reações alérgicas e doenças respiratórias. “O muco respiratório contaminado, acumulado nas vias nasais, pode ser deslocado aos ouvidos, às cavidades sinusiais e para a garganta, causando infecções como otites, faringites, traqueites e bronquites”, alerta Tânia.
 
Cuidados no dia a dia
Para melhorar o estado das vias aéreas superiores e inferiores durante o tempo seco é importante evitar exercícios físicos ao ar livre nas horas mais quentes do dia, umidificar o ambiente com toalhas molhadas e recipientes com água, tomar bastante água e fazer a constante higienização nasal com substâncias com efeito descongestionante, umidificante e fluidificante. Em casos de resfriados, rinites e infecções respiratórias é recomendado o uso de soluções para limpeza ou higiene nasal, que deve ser feita pelo menos três vezes ao dia, junto com a limpeza bucal. 

Os danos da poluição
O tempo seco também dificulta a dissipação da poluição, que, entre outros males, pode prejudicar as mucosas oculares e causar irritação nos olhos.”A poluição pode causar também o ressecamento da pele, ocasionando rachaduras e eczemas (inflamação, aguda ou crônica, na pele que gera sintomas como coceira, inchaço e vermelhidão)”, informa o infectologista Alberto Chebabo, do Lavoisier Medicina Diagnóstica. Segundo ele, os gases resultantes da queima de combustíveis fósseis, usados principalmente pelos carros, são os mais perigosos. “Os mais comuns são o monóxido de carbono e os aldeídos”, acrescenta o médico.
 
Como se proteger
 
Manter a casa sempre limpa e higienizada, para evitar a poeira;

Para pessoas que moram próximas às grandes avenidas, o ideal é fechar as janelas nos horários de maior fluxo de carros;
 
Troque a vassoura pelo pano úmido. A vassoura pode espalhar ainda mais a poeira, enquanto o pano úmido retém a poeira e diminui a poluição no ambiente;
 
Ter algumas plantas em casa também pode ajudar a manter o ambiente mais saudável;
 
Se já existem pessoas alérgicas na casa, evite o uso de carpetes, tapetes e cortinas que retêm poeira;
 
Mantenha o corpo sempre bem hidratado. A ingestão de líquidos ajuda a filtrar o organismo da poluição diária.