Notícias

O recado do eleitor

19/09/2014
Um levantamento realizado pela empresa Unidade de Pesquisa junto a 641 santistas revela que a reprovação ao governo da presidente Dilma Rousseff atinge um número bastante elevado: nada menos do que 55,4% dos entrevistados revelam insatisfação com a atual administração federal, número bem acima da média registrada no Estado, que gira em torno de 40%.
 
Por certo não há uma razão única para a rejeição ao governo petista ser muito maior em Santos do que em outras cidades, mas talvez o fato de o santista ser bastante politizado, os violentos ataques à sua adversária, Marina Silva, e ainda a campanha no rádio e na TV mostrando o Brasil como uma verdadeira ilha da fantasia estejam contribuindo para a avaliação negativa. Some-se a isso uma série de escândalos envolvendo o governo petista, como a roubalheira na Petrobras, a maior estatal do país, e o pessimismo de parcela considerável do empresariado, que já não acredita mais nas promessas de Dilma. 
 
Enfim, a presidente da República, que tenta a releição, terá de mudar drasticamente sua forma de governar se quiser melhorar sua imagem no Estado de São Paulo e, em especial, na cidade de Santos, onde a reprovação a seu governo atinge números recordes. Possível é, afinal, a política é como nuvem, mas não será uma tarefa fácil, ainda mais para Dilma, que em momento algum mostrou humildade ou capacidade para dialogar com amplos setores da sociedade. 
 
De outro lado, o prefeito Paulo Alexandre e o governador Geraldo Alckmin conseguem altas taxas de aprovação entre os santistas. Isso não significa que a cidade não enfrente problemas na visão de seus moradores. Os problemas existem, e não são poucos, em especial nas áreas de saúde e segurança, mas talvez os eleitores vejam no prefeito e no governador sinceridade, capacidade de trabalho e determinação para enfrentar e superar dificuldades que não são exclusividade do santista. Outro fato relevante é que Paulo Alexandre e Alckmin se mostram mais capazes de dialogar que a presidente da República.
 
A realidade é que não há governo, por melhor que seja seu marqueteiro, que se sustente apenas pelo que diz a publicidade oficial.