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Combater a dengue é dever de todos

17/10/2014
por Bárbara Camargo
 
Na terça-feira (14), o Jornal da Orla deu início à última etapa de 2014 do Projeto Cidadão. Desta vez, o tema a ser desenvolvido com os alunos da rede municipal de ensino de Santos é “Cidade sem Dengue”. 
 
Os primeiros a receber as equipes das secretarias de Saúde e Educação da cidade foram os estudantes da UME 28 de Fevereiro, no Saboó. Eles participaram de uma palestra com os profissionais da Saúde, que explicaram o que cada um deve fazer em suas casas para evitar criadouros do Aedes Aegypti. E, por falar nele, os pequenos receberam, também, a visita mais do que indesejada de um casal de mosquitos transmissores da doença, que aterrorizou a criançada. Eram dois agentes de vetores da Prefeitura, fantasiados, que ilustraram as diferenças entre macho e fêmea. 
 
A integrante da equipe de educação da Seção de Controle de Vetores, Ana Lúcia Bueno, explica que, em cada palestra, os agentes mostram aos alunos todo o ciclo evolutivo do mosquito. “Nós trazemos um aquário com larvas para que eles conheçam esse processo e falamos da prevenção da dengue. Como essa é uma doença que não tem remédio e nem vacina, a única forma de controlar é eliminando os criadouros. É sempre importante explicar para eles que, quando uma pessoa está com dengue, a hidratação é fundamental porque salva a vida” alerta.
 
Questionadas sobre os sintomas da dengue, as crianças estavam com a resposta na ponta da língua: febre, dor de cabeça, nos olhos, no corpo e nas juntas, manchas avermelhadas pelo corpo.  Alguns deles contaram sobre familiares que já tiveram a doença e, outros, confessaram já ter passado pela mesma situação. Por isso, eles sabem de cor como evitar que a fêmea do mosquito deposite seus ovos. “Não pode deixar água parada em pratinhos de plantas, pneus, garrafas e tem que colocar tela nos ralos”, alerta o aluno Giovanni Bernardo Chagas, de 10 anos. Pedro Henrique Galdino de Souza tem 9 anos e sabe como é incômodo ser picado pelo mosquito. “Eu já tive dengue e lembro que sentia muita dor de cabeça e no corpo. Tive que ir para o hospital”, conta.
 
A coordenadora da unidade, Mirian Cheida, explica que a prevenção contra a dengue é um assunto recorrente na escola. “Os nossos alunos vivenciam a questão da dengue, porque essa é a realidade deles. O trabalho que desenvolvemos com eles, a cada ano, tem sido intensificado. Eles comentam sobre as experiências que têm em casa e são observadores”, explica.
 
Melhores trabalhos serão premiados
Ao final de cada etapa do Projeto Cidadão, o Jornal da Orla convida os alunos a participarem de um concurso cultural para que eles possam mostrar o que aprenderam sobre o tema proposto. Nesta edição, os estudantes do 1º ao 5º ano deverão produzir desenhos em folha de papel A4. Já os do 6º ao 9º ano concorrerão com frases sobre a importância do combate à dengue. Os trabalhos devem conter o nome completo do aluno e do professor, bem como a série e o nome da escola. A entrega do material deve ser feita até 3 de novembro.
 
A chefe da Seção de Projetos Especiais de Integração Educacional da Seduc, Sandra Regina Freitas, acredita que a participação do professor é fundamental para que os estudantes compreendam o tema em totalidade. “A conscientização dos nossos alunos é importante, ainda mais que, no verão, há uma proliferação muito maior dos mosquitos. Então, nós esperamos que as unidades tenham essa propriedade de trabalhar o assunto de forma que o aluno se torne observador dos possíveis focos de dengue nas ruas, em casa e nas escolas”, anseia a educadora.
 
Tarefa diária
A dengue possui maior incidência em cidades onde as temperaturas altas e as chuvas são mais frequentes. Porém, é uma doença que pode ocorrer durante todo o ano, uma vez que, onde existe água parada, há o risco de aparecerem focos dos mosquitos. Atualmente, a dengue é considerada um dos principais problemas de saúde pública no mundo.
 
A ação mais simples para prevenção é evitar o nascimento do mosquito, já que não existem vacinas ou medicamentos que combatam a contaminação. Para isso, é preciso eliminar os lugares que eles escolhem para a reprodução: água, principalmente limpa, parada em qualquer tipo de recipiente. 
 
O ovo do mosquito da dengue pode sobreviver até 450 dias, mesmo se o local onde a fêmea o depositou estiver seco. Caso a área receba água novamente, o ovo ficará ativo e pode atingir a fase adulta entre dois e três dias. Por isso, é importante eliminar água e lavar os recipientes com água e sabão. 
 
O mosquito
O Aedes Aegypti mede menos de um centímetro, tem aparência inofensiva, cor preta e listras brancas no corpo e nas pernas. A fêmea costuma picar durante as primeiras horas da manhã e nas últimas horas da tarde, evitando o sol forte. Nos períodos quentes, ele pode atacar à sombra, dentro ou fora de casa. Há suspeitas de que alguns ataquem também durante a noite. O indivíduo não percebe a picada, pois no momento não dói e nem coça.
 
Modo de transmissão
A fêmea pica a pessoa infectada, mantém o vírus na saliva e o retransmite. A transmissão ocorre pelo ciclo homem -Aedes Aegypti -homem. Após a ingestão de sangue infectado pela fêmea, transcorre um período de incubação. Depois desse período, o mosquito torna-se apto a transmitir o vírus e assim permanece durante toda a vida. Não há transmissão pelo contato de um doente ou de suas secreções com uma pessoa sadia, nem fontes de água ou alimento.
 
Prefeitura em ação
Até dezembro, a Secretaria de Saúde realizará mais de 256 mil visitas em imóveis da cidade para identificar criadouros do Aedes Aegypti e orientar a população. A equipe da Secove (Seção de Controle de Vetores) realiza mutirões de combate ao mosquito em todos os bairros da cidade. Os agentes visitam casas e estabelecimentos comerciais para orientar as pessoas e também verificar se há criadouros do mosquito. Quando isso acontece, é feita a limpeza do local. 
 
Além da ação dos agentes, 438 armadilhas estão distribuídas por todos os bairros da cidade. O objetivo é monitorar os locais onde são registradas a maior concentração do mosquito e desencadear a varredura na área. Desde que foi implantado, em 2012, o sistema de armadilhas contribuiu para mostrar a real situação da circulação do mosquito Aedes Aegypti em todos os bairros.
 
Com o apoio de outras secretarias também são realizadas buscas a criadouros nas escolas e em prédios públicos. As secretarias de Segurança, Serviços Públicos e Infraestrutura também participam das ações conjuntas.