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Novo medicamento para combater o alcoolismo

22/10/2014
Em números, o quadro do alcoolismo é mais dramático. Estima-se que cerca de 2 bilhões de pessoas em todo o mundo consumam bebidas alcoólicas. A OMS informa que, em 2010, o uso abusivo do álcool por jovens entre 25 e 39 anos, provocou a morte de 320 mil pessoas nessa faixa etária. O alcoolismo pode comprometer 20% da força de trabalho no Brasil.
Atualmente, a melhor estratégia para o controle do alcoolismo parece ser a de grupos de autoajuda, como a dos Alcoólicos Anônimos (AA). Apesar de não haver comprovação científica de sua eficácia, seu tempo de existência, mais de 70 anos, pode significar importante prova de sucesso. O grupo caracteriza-se pela reunião voluntária dos que se autodenominam alcoólicos para o reforço mútuo da prática da abstinência de álcool.

Redução da vontade

Para alguns estudiosos, a busca pela abstinência como estratégia talvez seja o maior obstáculo para o tratamento do alcoolismo. Recentemente, um novo medicamento foi lançado na Europa indicado para usuários mais contínuos de álcool. Esse produto diminuiria a vontade para a ingestão, reduzindo o consumo. Ingerindo menos bebida alcoólica, o usuário teria melhores condições de perceber os agravos produzidos pelo consumo excessivo do álcool, possibilitando nova abordagem psicossocial de conscientização do problema, garantindo-se, inclusive, a adesão ao tratamento baseada na redução dos danos, ou seja, na busca de formas de consumo menos prejudiciais.

O medicamento lançado deverá ser consumido sob demanda, ou seja, o alcoólatra decidirá de forma antecipada quando consumir. Nos dias em que perceber a possibilidade de abuso de álcool, deverá tomar o medicamento, de preferência uma ou duas horas antes. Esse procedimento acontecerá dia-a-dia.

Espera-se melhor controle no consumo de álcool a partir das primeiras quatro semanas de uso do medicamento. Esse tratamento não poderá ser mantido por mais de um ano. Durante esse tempo, será necessário acompanhamento médico para analisar as reações ao medicamento, bem como de suporte psicossocial promovido por equipe multiprofissional para melhor conscientização sobre o problema.


O medicamento está indicado para aqueles que bebam mais de 60g/dia, para os homens, e 40g/dia, para as mulheres. Para atingir 60g/dia são necessários, aproximadamente, 3 latas de cerveja (350 ml), ou 6 taças de vinho, ou duas doses de destilado. Essas doses diárias são consideradas excessivas, podendo trazer danos orgânicos, psíquicos e sociais.
Mas esse medicamento ainda não está disponível no Brasil e nem pode ser importado.