Clara Monforte

Olhos nos olhos com Roberto Justus

24/11/2014
Ele, que este ano foi o terceiro colocado na lista dos “Líderes Brasileiros dos Sonhos dos Jovens”, foi a atração da 4ª edição do Roda-Viva Unimonte, na segunda-feira (17), e falou para um público de mais de duas mil pessoas sobre as características que o levaram a realizar, com sucesso, tudo o que se propõe a fazer. Ele ainda é apresentador do reality-show corporativo “O Aprendiz”, um dos publicitários mais respeitados do Brasil, escritor de dois livros e até cantor nas horas vagas. 
 
Quais as principais forças que o levaram a chegar aonde está?
Olha, eu escolhi as minhas forças, mas não quero dizer com isso que são as únicas. O que eu quero mostrar é que, para mim, são as mais importantes, pois ajudaram na minha carreira. Então, não tem uma, ou outra força… Eu até falo disso na palestra, já que uma não tem um grau de importância maior ou menor, nem mesmo pela ordem que eu as apresento. Quando falo na força de visão, que faça as pessoas enxergarem alguma coisa especial, que as faça ter força de vontade para chegar aonde querem, superando obstáculos pelo meio do caminho e aguentando a pressão das dificuldades, penso que esta faz a diferença.

Quais os erros e acertos que levariam você a contratar ou demitir imediatamente?
Eu gosto de contratar as pessoas que vejo que são determinadas, diferenciadas, enfim, as fora de série. Agora, demissão, para mim, é mau-caratismo, é puxar o tapete do outro, é ambição desmesurada. É você  querer crescer de qualquer forma, passando por cima das pessoas, tendo atitudes de má-fé e contra o interesse da empresa. Então, acho que esse tipo de coisa é demissão sumária e por justa causa. O resto, erros acontecem, a pessoa tem chance quando ela erra. Só não pode errar com esse tipo de coisa, ou repetir várias vezes o mesmo erro. O resto dá para construir um profissional melhor. 

É possível um aluno, que começou a faculdade agora, já nos primeiros anos planejar uma carreira de sucesso?
Boa pergunta! Eu sempre fui favorável a que escolham uma faculdade que ajude no direcionamento da carreira, que é uma coisa que automaticamente acontece quando se escolhe uma profissão, já que o leque de possibilidades fica maior. Enquanto você começa a trabalhar durante o estudo, não faz bem uma coisa, nem outra. Só que infelizmente o poder econômico dos alunos não permite que isso aconteça. Trabalhar o dia inteiro e sair correndo para a faculdade à noite, chegar morto de cansaço, compromete a qualidade da informação. 
 As universidades qualificam os alunos para o mercado de trabalho?
Eu, particularmente, penso que as pessoas saem da faculdade muito cruas. O interesse dos alunos faz toda a diferença no mercado de trabalho. Na mesma faculdade, alguém sai medíocre e outro sai excelente. Tendo feito o mesmo curso, uma pessoa pode sair mais preparada que a outra. Então, interesse é muito importante. Não adianta ser a melhor pessoa do mundo se você não quiser estudar, você tem que querer. O mercado de trabalho é difícil, é competitivo, e uma boa formação é fundamental. 

Com a internet, o mundo e a forma de comunicação mudaram. Como você vê isso? Algum formato irá acabar?
A história já mostrou que nenhuma mídia substitui outra. Quando eu me formei em publicidade, havia cinco ou seis formas de atingir o consumidor havia o comercial de televisão, o anúncio no jornal, outdoor, spot de rádio.Quando surgiu a TV, disseram que a rádio iria acabar, mas a rádio se adaptou aos novos tempos. Com a internet, estão dizendo a mesma coisa da TV, que também irá se adaptar. Daqui a pouco, você vai assistir ao que quer, na hora que quer. Isso está mudando e vai mudar mais ainda.