Coluna Dois

Monopólio nefasto no futebol da TV

02/05/2015
Quase todo monopólio traz efeitos nefastos. E o monopólio ditatorial da Rede Globo na transmissão do futebol brasileiro em televisão de sinal aberto não constitui, certamente, uma exceção a essa regra. Está entre os principais fatores que levaram, nas últimas décadas, ao quadro de falência daquele que já foi considerado no passado o melhor futebol do mundo. 

A “martelação” da exibição de jogos do Corinthians e do Flamengo, o tom ufanista dessas transmissões, a desigualdade perversa na distribuição do dinheiro dos direitos de transmissão entre os clubes, o horário estabelecido para os jogos que são exibidos no meio de semana… tudo isso colabora para a degradação da qualidade do futebol praticado no Brasil. Lógico que a Rede Globo não está sozinha nessa empreitada. Tem a cumplicidade de cartolas e “empresários” de jogadores.  

Torcidas de clubes de fora do circuito das grandes capitais vão sendo eliminadas. Junto com elas, as oportunidades de revelação de jogadores que moram nessas cidades. Sobram só as escolinhas dos grandes centros onde o adolescente escapa da esfera de influência dos pais para cair na dos empresários.    

O horário das 10 da noite imposto para a realização dos jogos transmitidos durante a semana é completamente absurdo. Em que condições um trabalhador que usa transporte coletivo para acessar o estádio vai exercer a profissão no dia seguinte?

Não é obedecido um princípio básico que é o da distribuição igual para todos de uma parte do bolo. Na Inglaterra, por exemplo, essa parcela de distribuição igualitária é de 50% dos direitos de transmissão. Esses contratos tendem a criar uma “espanholização” artificial do futebol de um país com dimensões continentais: duas ou três superpotências e um bando de coadjuvantes. Os clubes que ganham mais (muito mais) são os mesmos que têm mais jogos exibidos. Um efeito colateral dessa desproporção é o de que os patrocínios mais fortes das empresas nas camisas também vão para esses poucos clubes que têm mais exposição nas transmissões.

A ditadura da Rede Globo no futebol brasileiro se mostra na adulteração de nomes de clubes e arenas de logomarcas não-anunciantes na emissora. A transmissão muda o nome da equipe e do estádio, desrespeitando o telespectador e afugentando investimentos. É evidente que uma empresa que investe recursos no esporte espera retorno de imagem.      

Estádios vazios, surra de 7 a 1 para a Alemanha na Copa, violência campeando… o cenário do futebol brasileiro é sombrio.

Um ótimo primeiro passo para recuperar as cores desse quadro é a revisão imediata desses contratos.
 
NOTAS

Mão na taça pela Europa


 

No último final de semana, o Bayern de Munique conquistou o Campeonato Alemão com quatro rodadas de antecipação. Desta vez, quem pode alcançar o título nacional é o Chelsea no Campeonato Inglês. O clube londrino precisa de apenas uma vitória para ser campeão e isso pode acontecer nesse domingo contra o Crystal Palace, às 9h30, diante de sua torcida. A ESPN Brasil transmite o jogo.
 
Estatística da final
Na história do Paulistão, o time que vence o primeiro jogo quase sempre é campeão. Apenas três vezes o ganhador do primeiro duelo não levou o caneco. O Palmeiras em 1993, o São Paulo em 1998 e o Santos em 2007. Será que o Peixe consegue o bi da estatística? A resposta será às 16h00 do domingo, na Vila Belmiro.
 
Fórmula-1 sem vodka
Nos bastidores da F-1, está sendo muito comentada a transformação de Kimi Raikonnen neste ano. A dedicação é total. Nas semanas de corrida, o finlandês renunciou até à vodka, que ele adora. A especulação é em torno de um ultimato da Ferrari: resultados na primeira metade da temporada ou troca de finlandês. Bottas iria para o lugar dele 
 
Campeão Santista


 

No último final de semana aconteceu a 8ª e última etapa do Circuito Baixada Santista de Poker, o CBSP, que acontece na Win Poker Santos. O título ficou com o jogador Michel Gerlach, que superou um field com 124 jogadores e somou R$ 10.000 para sua conta. O grande campeão santista após todas as etapas foi o jogador Dante Franco, que somou 3596 pontos e ficou a frente do vice-campeão Edison Carpentieri, com 2499.
 
Os 11 do Paulistão
A Federação Paulista divulgou nesta semana a seleção dos melhores jogadores do Paulistão. Eis os escolhidos por um grupo de jornalistas do Estado de São Paulo: Fernando Prass (Palmeiras); Fagner (Corinthians), Gil (Corinthians), David Braz (Santos) e Zé Roberto (Palmeiras); Gabriel (Palmeiras), Arouca (Palmeiras), Robinho (Palmeiras) e Lucas Lima (Santos); Robinho (Santos) e Ricardo Oliveira (Santos). O camisa 9 do Peixe foi eleito o craque da competição e Rafael Longuine, do Audax, que chega ao Santos na próxima semana, a revelação. O técnico Oswaldo de Oliveira foi eleito o melhor treinador.