Coluna Dois

A crise do futebol brasileiro (e a do Santos)

11/07/2015
Os dias 5, 8 e 16 de julho representam três datas marcantes para o futebol brasileiro. Três grandes tristezas. Mas de tipos diferentes. Com 32 anos de espaçamento entre a primeira e a segunda e mais 32 entre a segunda e a terceira.

Em 1950, um futebol que começava a se firmar no planeta perdia em casa, de maneira surpreendente, para o Uruguai a final da primeira Copa realizada no Brasil. Comoção nacional.

Em 1982, um time que encantou o mundo era eliminado por uma pragmática seleção italiana na Copa da Espanha.  A geração brilhante de Zico, Sócrates e Falcão deixava escapar a consagração. Telê Santana, um grande treinador, que atualizou o futebol brasileiro nos anos 80 dentro de campo, merecia melhor sorte. Tristeza temperada pela gratidão.

E em 2014, a maior vergonha da centenária história da seleção brasileira. Derrota por 7 a 1 para a Alemanha na semifinal na segunda Copa realizada no Brasil. Vexame e humilhação.

O que Telê Santana fez dentro de campo, nos anos 80, precisa ser feito agora fora de campo. Com essa  cartolada carregada de vícios, não há perspectiva. Os jogadores talentosos saem cada vez mais cedo do Brasil. Além de perderem a identificação com a seleção e com o país, enfraquecem os nossos campeonatos. Não há seleção forte sem campeonato forte. 

A crise é de competência e de decência. Só existe perspectiva porque o futebol ainda é uma paixão nacional. As novas gerações não se identificam com a seleção. Mas essa identificação pode ser resgatada.

Isso, lógico, se  houver um choque de competência para planejar e decência para administrar.

A crise do futebol brasileiro em 2014 derrubou também os clubes. O Santos teve prejuízo de R$ 58 milhões. O Corinthians, de R$ 97 milhões. O São Paulo, de R$ 100 milhões.

A torcida do Peixe está mais assustada que as outras. A gestão atual do clube tem dificuldades para lidar com os problemas que encontrou. E isso se reflete dentro de campo.    

Dá tempo de corrigir e manter a aura de clube ~incaível” que o Peixe tem ao lado de Inter, Cruzeiro, São Paulo e Flamengo. 

Mas para isso é necessário que as correntes políticas parem de brigar entre si e que as torcidas abracem o time ao invés de pichar muros.
 
NOTAS

 
Serena Williams
O atropelamento das adversárias por Serena Williams, em Wimbledon, gerou um debate interessante de tenistas amadores, homens e mulheres em Santos. Eles gostariam de ver a tenista dos Estados Unidos, nessa atual forma física e técnica exuberante, num desafio contra um top ten do ranking masculino. Será que algum deles aceitaria correr o risco? 
 
Amigo do Neymar
A reportagem-denúncia da TV Record, em relação ao trânsito de um amigo de Neymar nas divisões de base do Santos, descobriu uma ponta de iceberg. Neymar já sinalizou que vai processar o rapaz, que aparece cobrando de R$ 50 mil a R$ 80 mil para colocar garotos no clube. O Santos vai precisar investigar a fundo as colaborações e a cumplicidade de funcionários e até dirigentes. O empresário diz que tem trânsito livre na gerência jurídica.   
 
Espécie em extinção na F-1
A Renault, que pretende comprar a Lotus de Fórmula 1, teve que suspender as negociações com Matthew Carter, diretor-geral da equipe, porque os credores da escuderia inglesa pediram a liquidação judicial.

Porém, a direção da Lotus acredita num acordo financeiro com os fornecedores na Corte Britânica, em breve, para acertar rapidamente a venda de suas ações à companhia francesa.

Isso mostra que só as indústrias automobilísticas podem investir mais de US$ 400 milhões por ano numa equipe de F1, não sobrando espaço para os denominados “times de garagem” do passado.
 
Rodada do Brasileirão 1
O Santos recebe o Figueirense, no sábado, às 18h30, na Vila. Estreia do treinador Dorival Junior que tem passagem marcante pela Vila em 2010. E que tem se especializado em livrar clubes de tradição do rebaixamento. Mesmo vencendo, o Santos pode não sair da Z-4, já que está três pontos atrás de Inter e Avaí, os dois mais próximos em cima do Peixe na tabela de classificação.
 
Rodada do Brasileirão 2
Mais tranquilo, o São Paulo, que goleou o Vasco no meio da semana, recebe o Coritiba no domingo, às 11h, e pode embalar. O Corinthians sai para enfrentar o Flamengo às 16h, no Maracanã, no jogo predileto da Rede Globo. E o Palmeiras encerra a rodada ás 18h30 em jogo dificílimo fora de casa contra o Sport, em Pernambuco.