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O país da fantasia

13/02/2016
No Brasil é costume se dizer que o ano começa depois do carnaval. Mas para os políticos que vivem em Brasília não é bem assim. Na verdade, o ano para eles começa terça-feira, dia 16, porque, afinal, ninguém é de ferro, e na semana que passou teve quarta-feira de cinzas, e, como depois vieram a quinta e sexta, melhor emendar. Sábado e domingo, justo descanso, e na segunda é preciso “trabalhar” em suas bases. O bom mesmo é começar o ano na terça.
 
Crise econômica, desemprego em massa, dengue, zica etc. etc., hospitais fechados por falta de recursos, violência sem limites… Para os nossos políticos, essas questões são apenas detalhes. O que importa é curtir a folia e depois ter o merecido descanso. Afinal, estamos no Brasil, terra de foliões, gente cordial e ordeira.
 
E como acreditam – com alguma dose de razão -, o eleitor tem memória curta, ou, quem sabe, nenhuma memória. Maior exemplo disso é o ex-presidente Lula, que nos oito anos de seu governo nunca viu e nunca soube de nenhuma das maracutaias promovidas por seus companheiros de partido e amigos empreiteiros, que estão hoje no xilindró. Em resumo, Lula não tem memória e é “a alma mais honesta do Brasil”.
 
A presidente Dilma parece seguir o exemplo de seu antecessor. Em meio à maior crise econômica e moral da história do Brasil, prometeu cortar dez ministérios, mas não cumpriu a promessa, e agora só pensa em aumentar impostos. E o novo (?) corte de gastos, que seria anunciado na sexta (11) foi adiado para março. Triste espetáculo!
 
Na TV, o Partido dos Trabalhadores, que se lambuzou com o dinheiro da corrupção, manda ver novos comerciais em tom carnavalesco. “É preciso acabar com o pessimismo para o país continuar avançando…”
 
Avançando? Só se for para o abismo ou no bolso do povo. É surreal, mas tem gente no PT que ainda acha que é possível continuar iludindo o eleitorado. O carnaval 2016 acabou, oficialmente, porém o festival de cinismo e deboche segue em ritmo de samba. Felizmente, o processo democrático permite ao eleitor dar sua reposta nas eleições municipais deste ano. É hora de rasgar a fantasia e dar um basta à farsa e à hipocrisia. Aguardemos.