A imagem de uma garotinha fugindo das bombas e gritando “que mal nos fizemos?” durante uma nova onda de ataques na Síria correu o mundo e mexeu com corações e mentes de quem ainda sonha com a paz. Infelizmente não há respostas para a pergunta desesperada da menina, uma vez que os grandes líderes mundiais ainda não tiveram a capacidade de pôr fim à barbárie que parece não ter fim em pleno século 21. E aparentemente não há solução para o conflito a curto prazo.
No ataque de sexta-feira morreram 69 pessoas e as explosões atingiram um hospital apoiado pela organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) e Cruz Vermelha Internacional. As imagens são chocantes. Os ataques não param. Segundo a MSF nada menos do que 60 instalações médicas foram atingidas por bombas na Síria desde 2015. Ataques contra hospitais, vale lembrar, são considerados crimes de guerra.
A guerra civil na Síria já provocou milhares de mortes e a fuga em massa da população que tenta abrigo principalmente em países da Europa. Interesses econômicos e questões religiosas, principalmente, impedem uma solução duradora e definitiva para o conflito. EUA e Rússia não se entendem e o regime do ditador Bashar el-Assad não parece disposto a abrir mão do poder e tampouco negociar uma saída pacífica.
Filho do ditador Hafez el-Assad, que governou a Síria por 30 anos, Bashar assumiu o poder em 2000 e resistiu à chamada “Primavera Árabe”, que derrubou várias ditaduras na região. O mais triste é que as forças que tentam derrubar o ditador são ainda mais radicais e extremistas que o próprio Bashar.
“Que mal nós fizemos?”, a pergunta desesperada da garotinha Síria aparentemente ficará sem resposta por muitos anos. Neste contexto, soa estúpido dizer que vivemos a era moderna da civilização. Que Deus tenha piedade da raça humana.
