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Inverno também pode desidratar

02/07/2016
A desidratação é uma das preocupações com a saúde no verão, mas o que muita gente desconhece que é esse risco também existe no inverno e é mais difícil de ser percebido. Como explica o fisiologista do HCor – Hospital do Coração, Diego Leite de Barros, “além de nos fazer suar menos, as baixas temperaturas provocam alterações no organismo que diminuem a sensação de sede. Com isso, muitas pessoas acabam reduzindo o consumo diário de líquido, o que pode ser prejudicial à saúde”.
 
Segundo ele, a falta de sede que sentimos no inverno se dá principalmente por causa das mudanças sofridas por um hormônio conhecido como ADH, ou antidiurético. Nos dias frios, essa molécula desencadeia reações que fazem com que a circulação sanguínea fique concentrada nos vasos centrais para preservar o calor do corpo. Esse processo traz uma sensação interna de que estamos suficientemente hidratados. Consequentemente, nosso organismo leva mais tempo para se dar conta de que precisa de líquido.
 
“Jamais podemos nos esquecer de que no frio precisamos de tanta água quanto no calor. Ter essa consciência é ainda mais importante no caso de quem pratica atividades físicas regulares – o que sempre demanda uma reposição ainda maior de líquido”, alerta. Para manter a hidratação necessária, o principal cuidado é não deixar de beber, pelo menos, dois litros de água por dia. Quem pratica exercícios deve procurar beber rigorosamente a mesma quantidade de líquido que costuma ingerir no verão, mesmo suando menos.
 
Sintomas manifestados pelo corpo
Fique atento para alguns sintomas que acusam quando o corpo está desidratado: febre repentina, dor de cabeça, boca seca, prisão de ventre, irritabilidade, problemas de pele, como ressecamento, eczema e dermatite, além de urina mais escura e espessa. “Quadros de desidratação são bastante perigosos porque enfraquecem o sistema imunológico e favorecem o surgimento ou o agravamento de diferentes tipos de doenças. Tanto que, no inverno, observamos que há um aumento na incidência de infecções urinárias e problemas renais, por exemplo”, esclarece o fisiologista.
 
O frio e as doenças circulatórias
O sistema circulatório também exige atenção nestes dias de frio. É que as baixas temperaturas fazem com que as artérias sofram contração e isto prejudica a circulação. Os idosos são os que mais sofrem, além dos diabéticos, que têm agravada a falta de sensibilidade nas extremidades do corpo, especialmente pés e mãos.
 
De acordo com o angiologista Antonio Carlos Souza, o primeiro conselho é que as pessoas, que já sofrem com problemas arteriais, evitem a exposição a baixas temperaturas e que se protejam com roupas quentes, agasalhos, luvas, toucas e meias. “Durante o inverno, o organismo tem que trabalhar mais para manter o corpo aquecido e em funcionamento. O frio contribui com a vasoconstrição, que é a diminuição do diâmetro do vaso sanguíneo, que prejudica a circulação”, explica o médico. Ele ainda completa que o aumento do número de infecções respiratórias sobrecarrega o sistema cardiovascular, o que eleva o risco de infarto agudo do miocárdio e de acidentes vasculares cerebrais. O angiologista ou cirurgião vascular é o profissional indicado para identificar e indicar tratamento para problemas circulatórios.