Cinema

Café Society

01/09/2016
Mesmo em seus filmes mais leves ou irregulares, Woody Allen sempre me fascinou. Com o hábito de dirigir um filme por ano, o diretor no auge de seus 80 anos, mostra um dinamismo, vigor e conhecimento pela condição humana surpreendentes. Sem muitas pretensões em seu 47° longa, o primeiro no qual abandona a película e abraça o cinema digital, Allen nos apresenta ao agridoce Café Society.
 
A trama se passa nos anos 1930 e traz o jovem Bobby (Jesse Eisenberg) mudando-se de Nova York para Hollywood, onde começa a trabalhar com o seu tio Phil (Steve Carell) e rapidamente se apaixona por sua secretária Vonnie (Kristen Stewart), dando início a mais uma história de amores típicas dos romances de Woody Allen.
Para quem está familiarizado com os filmes dele, Café Society não traz nenhuma novidade a não ser sua belíssima fotografia, que provavelmente receberá uma indicação ao Oscar. A fotografia de Vittorio Storaro (vencedor do Oscar na categoria por Apocalypse Now) é inesquecível, com destaque à cena em que Bobby e Vonnie bebem vinho à luz de velas em seu apartamento.
 
A primeira metade do longa demora a engrenar, ganhando vida quando Bobby finalmente retorna para Nova York. Com uma direção de arte e figurinos caprichados, o filme peca na história de amor que não convence. Os atores se esforçam para empolgar os espectadores, mas o único destaque fica para Jesse Eisenberg, que com seus maneirismos, lembra por muitas vezes as atuações de Woody Allen mais novo.
 
Mesmo não estando no patamar de seus melhores filmes, como Meia Noite em Paris ou Match Point, Café Society é um filme agradável de ser assistido e com um final arriscado, o que demonstra toda a coragem de seu cineasta.

Curiosidade

Steve Carell entrou no projeto no lugar de Bruce Willis, que acabou sendo demitido por não lembrar das falas, logo no início das filmagens.