Datas Comemorativas

Embaré, o bairro onde tem de tudo um pouco

17/09/2016
Uma igreja de arquitetura neogótica de frente para o mar; ruas arborizadas que ainda garantem algum sossego aos moradores; prédios tão altos que alguns andares muitas vezes chegam a ficar acima das nuvens; esquinas com botecos charmosos para se comer bem, paquerar ou simplesmente bebericar e jogar conversa fora; um casarão que serve como casa de praia para crianças carentes do interior. 
 
Estas são apenas algumas facetas do Embaré, um quadrilátero compreendido entre a praia, os canais 4 e 5 e a avenida Afonso Pena. O aniversário do bairro é celebrado em 16 de setembro, data da lei que formalizou como bairro, há 141 anos. Mas a ocupação da área é bem anterior, desde a época em que os moradores da região central (“a cidade”) vinham à praia por orientação médica. Daí o nome: Mbaràa-Hé, em tupi-guarani, significa “águas que curam”.
 
Mais mulheres
Dados do Censo 2010, feito pelo IBGE, revelam que, naquele ano, o bairro possuía 37.807 habitantes (55,4% de mulheres e 44,6% de homens). Em números absolutos, tem a segunda maior população de idosas (6.314 pessoas com mais de 65 anos). Perde apenas para a Aparecida. 
 
Basílica monumental
A formação e o desenvolvimento do bairro estão diretamente ligados à Basílica de Santo Antônio do Embaré. Tudo começou em 1874, quando o Barão do Embaré, Antônio Ferreira da Silva, construiu uma pequena capela. Após sua morte, em 1881,ela ficou abandonada, até que, 20 anos depois, foi reconstruída. Em 1915, foi ampliada, tornando-se uma igreja. Em 1922, foi entregue aos frades capuchinhos que, em 1930, iniciaram a construção da basílica como hoje a conhecemos. 
 
Construída em estilo neogótico, tem um pé direito de 18 metros e 44 pilares de granilito rosa. Chama a atenção os belos vitrais, artes sacras inspiradoras (como as figuras de Santo Antônio recebendo o Menino Jesus das mãos da Virgem Maria, São Pedro e São Paulo). Destaque especial para o órgão, um instrumento musical de 3.800 tubos.

VOCÊ SABE QUEM FOI?
 

Afonso Veridiano (1860-1923)
A travessinha, antes então chamada Rua das Laranjeiras, passou a ser conhecida pelo nome do jornalista em 1929. Major do Exército, foi o fundador do “Diário de Santos”, vereador, abolicionista e defensor da proclamação da República. Foi também um dos fundadores do Asilo dos Órfãos (atual Casa da Criança).
 
Oswaldo Cochrane (1852-1915)
Vereador de Santos, em duas legislaturas, de 1991 a 1915, quando faleceu. Chegou a ser vice-presidente da Câmara. Seu filho, Leo Wallace, estudou no exterior, trabalhou em diversos bancos e se casou com Zaira Cochrane Simonsen. Com ela, teve quatro filhos, entre eles Mario Henrique Simonsen, que foi ministro da Fazenda no governo de Ernesto Geisel.
 
Almirante Cochrane – (1775-1860)
Depois de comandar as forças navais do Chile, na luta pela independência do país, o marinheiro inglês Thomas John Cochrane chegou ao Brasil em 1822, convidado pelo imperador D. Pedro I para atuar na defesa do litoral nordeste. Foi tão bem-sucedido que ganhou o título de Marquês do Maranhão. Ficou no Brasil até 1827, quando foi para a Grécia assumir a marinha daquele país. Morreu em Londres. 
 
Almirante Tamandaré (1807-1897)

Joaquim Marques Lisboa foi um militar que comandou tropas em importantes batalhas navais, em conflitos como a Guerra da Cisplatina e a Guerra do Paraguai. É considerado o patrono da Marinha brasileira e 13 de dezembro (data de seu nascimento) foi oficializado como o Dia do Marinheiro. Um busto do Almirante está no jardim da orla, em frente à rua Oswaldo Cochrane.
 
Delfim Moreira (1868-1920)
Foi promotor público, juiz, vereador e presidente da Câmara de Santa Rita do Sapucaí (MG), deputado estadual, federal, senador, presidente do Estado de Minas e vice-presidente da República. Assumiu o cargo mais importante do Brasil em 1919, com a morte de Francisco de Paula Rodrigues Alves (vítima da gripe espanhola). Não se tem notícia de que um dia tenha posto os pés em Santos.
 
Pedro Lessa (1859-1921)
Nascido no Rio de Janeiro, mulato, foi o primeiro afro-descendente a ser ministro do Supremo Tribunal Federal. Antes, atuou como jurista, chefe da polícia do Estado de São Paulo, deputado estadual e jurista. Ocupou a cadeira 11 da Academia Brasileira de Letras e também foi membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.
 
Bartolomeu de Gusmão (1865-1724)
Nascido em Santos, ficou conhecido como o “Padre voador” por ter inventado uma geringonça aérea dirigível, que batizou de “Passarola”. Seu irmão, Alexandre, foi um diplomata que capitaneou as negociações que resultaram na assinatura do Tratado de Tordesilhas.