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Uma homenagem a Hernâni Donato

08/10/2016
No mês de maio do ano de 2004, lembro que estava à procura de um escritor chamado Hernâni Donato em função de um livro que indicava para as aulas do curso básico de astrologia. Me surpreendi quando o vi de passagem num programa de TV. Liguei imediatamente para a Editora a fim de me comunicar com o autor para saber por que não estavam mais editando o seu livro chamado História do Calendário (Editora Melhoramentos). Passaram-me o seu contato e conversei pelo telefone. Mais uma surpresa: simplicidade, simpatia e inteligência. Enviou-me rapidamente um material seu do qual eu não tinha conhecimento na época, que era sua biografia. Não teria espaço aqui para citá-la de tão vasta que se apresenta. 
 
São diversos livros publicados: contos, infantis, biografias, romances, textos em outras línguas, além de vários prêmios da Academia Brasileira de Letras. Seu currículo é vasto como também sua formação. Foi jornalista, historiador, professor, tradutor e roteirista.
Na época, pedi a ele uma entrevista que seria por e-mail. Eu enviaria as perguntas e pedi que não se estendesse, pois não tinha muito espaço a ser publicado no jornal e gostaria que fosse publicada na íntegra. Entrevista essa que estamos republicando abaixo.
 
Uma surpresa muito interessante ocorreu logo após a publicação no Jornal da Orla. Estava num estúdio para gravar um programa para TV aqui na cidade e encontrei um querido amigo médico, de Santos, Dr. José Roberto Marins, que disse ter gostado muito da entrevista que havia feito com seu tio. 
 
Hernâni Donato nasceu no dia 12 de outubro, portanto do signo de Libra com a Lua em Câncer; infelizmente não consegui sua hora de nascimento para saber o seu Ascendente. Junto ao seu signo estavam presentes também os astros Mercúrio, Saturno e Júpiter. Para os que têm conhecimento em Astrologia percebem que esses astros são referências em sua formação. Infelizmente soube de seu falecimento muito depois, ocorreu em 22 de novembro de 2012.
Prestamos aqui uma singela homenagem ao autor com a entrevista que carinhosamente enviou naquela época, mas com a abertura de seu e-mail.
 
“Obrigado, de novo, pelo seu interesse em relação à minha biografia. Respondo, com brevidade (de tempo e espaço) os quesitos propostos no seu e-mail de 22/05/2004 e permaneço às ordens para o que mais desejar. Se houver publicações da sua escola e puder enviá-las, ficarei especialmente grato”. 
 
Entrevista: Hernâni Donato
 
Conferencista requisitado, possui mais de 60 livros incluindo contos, romances, biografias e historiografia, além de livros infanto-juvenis, mitologia e o belíssimo História do Calendário, infelizmente esgotado. Hernâni Donato é membro da Academia Brasileira de Letras de São Paulo, Santos, Brasília entre outras.
 
– Estamos (re) criando novos mitos?
Hernâni Donato – Sim, recriamos. Pois se as motivações que impulsionam os homens são as mesmas, a vestimenta com que ela se apresenta difere conforme as épocas e lugares. O homem é sempre o Gilgamesh dos babilônios (primeiro registro biográfico- aventureiro). Mas são também Robin Hood, São Francisco, Joe Louis, Lampião, Pelé, Kennedy, Marco Pólo, Schumacher….
 
Qual o mito que mais traduz os brasileiros ?
Hernâni Donato- Não duvido que seja o Pedro Malasartes. E não só brasileiro, universal. Está no populário de todo o mundo. E resume todas as qualidades (aí entendidas também as proezas à margem da lei e da moral – é só ver os filmes policiais americanos). Agrada tanto ao pessoal do MST quanto ao da associação de fazendeiros.
 
Como diferenciar os mitos antigos dos que aparecem com uma nova roupagem?
Hernâni Donato- Não há porque diferenciar os moventes, são os mesmos (Adão e Eva, Caim e Abel, Rômulo e Remo, Romeu e Julieta, Coração de Leão e Saladino, Atlântida e Eldorado).
 
Em poucas linhas, o senhor poderia explicar o caminho de Peabiru?
Hernâni Donato- Peabiru – nome dado na América portuguesa a um caminho que bem antes do ano 1500 ligava São Vicente (SP) a Assunção (Paraguai) e daí a Cusco (capital do império inca) e daí à cidade do México (com ramais para Venezuela, Chile e Argentina, onde alguns trechos ainda são utilizados). Oito palmos de larga calçada com pedras especiais em áreas mais úmidas, coberta por grama especial que impedia o crescimento do mato. Foi intensamente transitado nos primeiros anos de Brasil até ser vedado e proibido por Tomé de Sousa, sob pena de morte. Havia ramal importante em Santa Catarina e na Bahia, onde estão sendo descobertos trechos conservados em florestas.
 
São mais de 60 obras publicadas, qual delas lhe deu mais prazer em escrever?
Hernani Donato- A que estava escrevendo. Uma de cada vez
 
Orbitando:
Excursão – A Escola Santista de Astrologia promove a próxima excursão para o Fenômeno do Algodão dia 27. Infs.: (13) 3284-9714 e 3394-9714.
 
Estrelando – O colunista George Jorge, apresentador do Programa Estrelando, entrevista o cardiologista Dr. Sérgio Paulo A. B. de Camargo que fala sobre “Coração e Espiritualidade – Parte 02”. O programa vai ao ar pela Santa Cecília TV, TV COM, pelo site do Jornal da Orla e Facebook PGM ESTRELANDO.
 
Fronteiras – Jadir Albino entrevista o Dr. Fernando Augusto Garcia Guimarães que fala sobre “Saúde e Espiritualidade nos cuidados paliativos”, no Programa Fronteiras da Ciência, na Santa Cecília TV, domingo, às 19h, ao vivo, com reapresentação no sábado, às 21h.
 
Arte de Viver – O tema do programa de Monica de Lima Azevedo é “A Casa Hunter” com o presidente Antoine Daher, domingo às 20h e reapresentação sábado às 20h30.