TV em Transe

A recusa de Lázaro

10/11/2016
Ele dispensou a “Comenda Abdias Nascimento” e, via e-mail, justificou sua posição:
“Abdias do Nascimento foi um homem que estava na trincheira da luta pelos direitos da população negra e menos assistida do país. Tem uma história de luta que é referência para todos nós que queremos um país mais igualitário.
 
Agora,  não me sinto confortável e nem desejoso de nenhuma homenagem pois acho que o instante é de conscientização, de organização para compreender em que momento histórico estamos e quais passos precisamos dar para fazer com que a tão sonhada igualdade aconteça um dia de verdade.
 
Então, por esse motivo, recuso essa homenagem na esperança de que tenhamos consciência de que o importante não é o aplauso pelo que foi feito e sim o próximo passo a ser dado”.
 
Uma atitude corajosa, de um artista consciente daquilo que o cerca – algo não muito comum de se encontrar hoje em dia. 
 
Chega né? – Pela sétima vez – isso mesmo – o SBT resolveu exibir a novela “A Usurpadora”. Dessa vez, na faixa vespertina.
 
Ao anunciar o retorno da telelágrima mexicana, a emissora cravou: “Um grande sucesso é para sempre. A Usurpadora vai roubar seu coração mais uma vez”. 
Hum… Só que não!
A reprise dos primeiros capítulos fez a audiência do SBT cair, em média, 30 % no horário. 
 
Descontrole – Essa já faz um tempinho, mas não podia deixar de registrar. Eu já comentei neste espaço sobre o exagero dos narradores nas transmissões do Esporte Interativo. Confundem passar emoção com histeria.
 
No dia 23 de outubro, o locutor Jorge Iggor se superou.
 
Tudo bem que o Guarani conseguiu um milagre na semifinal da série C do Brasileiro. Precisava vencer o ABC de Natal por quatro gols de diferença e fez 6 x 0. Mas nada que justificasse tamanho descontrole.
 
O tom foi subindo a cada gol. No quarto, Iggor cravou:  “Meu Deus do céu, eu conheço camisa pesada, mas igual a essa está para nascer outra”, berrou. O pior, porém, ainda estava por vir.
 
No tento seguinte veio a pérola maior: “Deus vestiu a camisa do Guarani. A camisa envergou tanto o varal que foi parar no céu. Deus foi bugrino nessa noite”, disse aos berros.