Esportes

Promessas que vão e veteranos que voltam

11/02/2017
Uma análise da montagem dos elencos dos quatro grandes de São Paulo para a temporada 2017 dá uma mostra do momento do futebol brasileiro:
 
 1) As grandes promessas saem cada vez mais cedo dos clubes de origem para a Europa.
 
2) As contratações mais importantes se concentram em jogadores mais experientes, os trintões, alguns já em final de carreira e sem espaço no mercado europeu.  
 
 O Palmeiras negociou Gabriel Jesus, de 19 anos, com o Manchester City inglês. Direcionado claramente para a Copa Libertadores, contratou Alejandro Guerra (31), campeão no ano passado com o Atletico Nacional, Willian (30) e o “cascudo” Felipe Melo (33).
 
 O Santos também contratou um “cascudo” para a Libertadores, Leandro Donizete (completa 35 no primeiro semestre). Negociou no ano passado Gabigol (20) para a Inter de Milão. 
 
 O São Paulo tomou um susto na estréia do Paulista, na derrota por 4 a 2 para o Audax e gastou o dinheiro da venda de David Neres (19) para o Ajax holandês com dois quase trintões, Jucilei e Lucas Pratto (ambos completam 29 neste primeiro semestre).
 
 E o Corinthians, que não negociou nenhuma promessa, contratou o meia Jadson (33). Tentou também o atacante Didier Drogba (quase 39) numa negociação obscura e atrapalhada.
 
 Nesse cenário, destacam-se três contratações de atacantes um pouco mais jovens: Wellington Nem (25), pelo São Paulo, Borja (24), a de maior impacto da janela, pelo Palmeiras, e Bruno Henrique (26), pelo Santos. O Corinthians tentou William Pottker (23) mas também aqui se atrapalhou nas negociações com a Ponte Preta.    
 
O resultado dos investimentos só vai poder ser avaliado com esses jogadores em campo. Os campeonatos já começaram (estaduais, Copa do Brasil e pré-Libertadores).
 
A largada dá sinais de que o São Paulo resolve o problema do gol com Sidão (34), mas não o da zaga e o da lateral-esquerda. O Corinthians tem muitos problemas e muitas promessas da base, a principal, o atacante Carlinhos. O Palmeiras depende da adaptação de Guerra e principalmente de Borja, aposta para substituir Jesus. Todos três têm novos treinadores sem rodagem, o que acrescenta um componente de incerteza.
 
 O Peixe começa a temporada muito fortalecido. Manteve o treinador e a base do ano passado. Corrigiu dois dos maiores problemas, uma deficiência do elenco na zaga com a contratação de Cleber (26) e outra, a falta de meias-atacantes rápidos pelos lados para substituir Copete e Vítor Bueno mantendo o estilo de jogo: incorporou Artur Gomes, da base, reincorporou Thiago Ribeiro (quase 31) e trouxe, além de Bruno Henrique, o baixinho colombiano Hernandez (28). Talvez sinta falta de um bom reserva para o destaque do elenco, Lucas Lima, e para o goleiro Vanderlei.