A maior crise econômica da história escancarou o que muitos brasileiros já sabiam: o país precisa de reformas urgentes para retomar o crescimento econômico e gerar empregos, única fórmula capaz de corrigir injustiças e promover o bem-estar social.
Mas não se pode falar em reformas – política, tributária, trabalhista e da Previdência, entre outras -, se a sociedade brasileira não estiver convencida de que todas elas serão inviáveis se os privilégios não forem combatidos. Há uma casta de privilegiados nos Três Poderes e na elite econômica que cavalgam sobre a desgraça do povo brasileiro.
O governo Temer insiste na reforma da Previdência, e ela de fato precisa ser realizada, mas como conciliar os interesses da elite que comanda o país dos demais brasileiros que sustentam o atual status quo?
A farra em Brasília nos Três Poderes é de conhecimento público – o próprio presidente se aposentou com altos valores aos 53 anos de idade – e não há força humana capaz de mudar esta situação. O que temos visto, infelizmente, é que a crise econômica que arruinou a Nação atingiu durante os mais pobres e afetou em escala bem menor os poderosos.
Soa como deboche ouvir o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, falar que o governo pode criar novos impostos para cobrir o déficit público, enquanto nos Três Poderes se pagam salários de marajás e mordomias que seriam inaceitáveis em qualquer país civilizado do planeta.
O fato concreto é que deputados e senadores, que deveriam legislar em defesa da Nação, estão mais preocupados em encontrar saídas para fugir da Operação Lava Jato. Por absoluta omissão de nossas autoridades, o país segue sua rotina rumo ao abismo.
Nem a alternativa das eleições presidenciais de 2018 parece oferecer esperança aos brasileiros. Faltam estadistas, homens e mulheres que tenham uma visão de mundo e que coloquem os interesses do país acima de seus interesses pessoais ou de seus grupos políticos. Até quando?