Coluna Dois

A força da grana no futebol

18/03/2017
Na quarta-feira, o Palmeiras levou um público de 38.419 pessoas ao Allianz Parque, com uma arrecadação de R$ 2,56 milhões no jogo contra o Jorge Wilstermann. Na quinta, o Peixe recebeu 13.132 espectadores e arrecadou R$ 381.290 no confronto com o The Strongest.  
 
Os dois jogos tinham importâncias equivalentes. Mas o do Palmeiras teve quase 3 vezes mais público e quase 7 (sete !!!) vezes mais renda.
É muita diferença !!!
 
Também ontem, o Corinthians fez jogo desimportante contra o Luverdense pela Copa do Brasil (tinha vencido fora de casa o adversário na semana passada). Foi em Itaquera. 25.082 pagantes e R$ 941.324 de arrecadação.
 
A comparação com o Flamengo, então, é devastadora. Na vitória contra os argentinos do San Lorenzo, na semana passada, 54 mil pagantes e R$ 3,68 milhões. 
 
Os números do Santos, distantes dos rivais de mesmo porte na tradição futebolística, se aproximam muito dos da Chapecoense, que não figura entre os 12 grandes do futebol brasileiro.
 
A Chape, na derrota para o Lanús pela Libertadores nesta semana recebeu 12 484 espectadores e arrecadou R$ 339.450.
 
Num esporte altamente profissionalizado como o futebol, a dimensão da torcida, que alimenta fontes de receita como venda de camisetas e contratos de transmissão por televisão, e a arrecadação dos jogos se tornam decisivos para a manutenção do status de grandeza de um clube.     
 
O Santos, em tradição, títulos e reconhecimento nacional e internacional, não fica devendo nada a nenhum dos rivais.
 
As alternativas encontradas pelo clube para a manutenção desse patamar ao longo da sua história sempre foram a formação de grandes jogadores nas divisões de base e a força da Vila Belmiro.
 
As divisões de base começam a ser valorizadas também por outros grandes clubes brasileiros. E a Vila Belmiro ainda está colocada entre os estádios tradicionais e não entre as modernas e confortáveis arenas que multiplicam a arrecadação média por ingresso.   
 
“A força da grana” não pode ser subestimada. Foi graças a ela que os europeus se tornaram a principal potência futebolística do planeta, desbancando o Brasil do topo do ranking. Pelo mesmo motivo, a China vem aí…
 
Nesse cenário, para a comunidade alvinegra, é obrigatório pensar em alternativas para a manutenção da centenária tradição de grandeza.
 
Para jogos de importância equivalente, a arrecadação média por espectador do Flamengo contra o San Lorenzo foi quase igual à do Palmeiras contra os bolivianos do Wilstermann: R$ 68 e R$ 67. Mais do que o dobro da do Peixe contra o Strongest: R$ 29.
 
Sorteio aqui
A quarta fase da Copa do Brasil sorteou dois clássicos de muita tradição, mesmo antes da fase principal do torneio. O Corinthians enfrenta o Internacional e o São Paulo tem uma parada duríssima contra o Cruzeiro de Mano Menezes. Sport e Joinville, Goiás e Flu, Vitória e Asa ou Paraná são os outros jogos. Vale lembrar que os oito times da Libertadores, além de Atlético/GO, Paysandu e Santa Cruz já estão nas oitavas de final.
 
Sorteio lá
Se os jogos das oitavas de final da Champions League já foram espetaculares, os da próxima fase prometem ainda mais emoção. Destaque para o duelo entre as potências Real Madrid e Bayern de Munique, com um ligeiro favoritismo para os alemães. O Barcelona vai ter de suar muito a camisa e contar com o talento do tridente Messi, Suarez e Neymar para passar pela Juventus. O Atlético de Madrid tem boas chances de chegar a mais uma semifinal diante do azarão Leicester, enquanto Mônaco e Dortmund fazem jogo equilibradíssimo.
 
Tá difícil
Cristóvão Borges não resistiu à pressão da eliminação para o bom time do Vitória na Copa do Brasil. Foi demitido. Desde 2011/2012, quando fez um bom trabalho no próprio Vasco, o treinador acumulou fracassos por onde passou. Os torcedores do Bahia, Fluminense, Flamengo, Atlético Paranaense e Corinthians certamente não têm saudade dele. Para o cruazmaltino, com um time fraco e um presidente ultrapassado, as coisas podem piorar, já que Luxemburgo é um dos nomes cotados.
 
Tiros errados
O Corinthians decidiu nesta semana afastar Cristian do elenco. Ele vai treinar separado. Mesmo sendo um jogador idolatrado pela torcida, o futebol apresentado pelo volante, repatriado no começo de 2015, justifica o afastamento. O problema é o salário astronômico. R$ 400.000 para um jogador que mal atuou. Ele não é caso exclusivo no Brasil: Thiago Ribeiro (Santos), Arouca e Erik (Palmeiras), Marcelo Cirino e Damião (Flamengo), Nico López (Inter) e Dedé (Cruzeiro) são alguns que pouco jogam mas que ganham muito.