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Domingo é o Dia Mundial da Conscientização da Epilepsia

25/03/2017
Na onda das cores, este domingo (26) é o ‘Dia Roxo’ (originalmente, Purple Day), uma referência ao Dia Mundial da Conscientização da Epilepsia. A data visa chamar atenção para a informação e a conscientização sobre a síndrome e os tabus e preconceitos que rondam a vida de seus portadores.

Por vergonha de suas crises e medo de não poder controlá-las, muitos portadores da epilepsia tendem a se isolar, o que interfere em todo o tratamento da doença que, além de incluir acompanhamento médico, precisa também da inclusão social.

“Vincent van Gogh, Fiódor Dostoiévski e Machado de Assis, por exemplo, eram portadores da síndrome e são considerados grandes gênios da artes e literatura, mostrando que a doença não deve impedir que seu portador leve uma vida social e profissional ativa”, ressalta o neurocirurgião Luiz Daniel Cetl, especialista em epilepsia da Unifesp.

Descargas elétricas no cérebro
A epilepsia é uma alteração temporária e reversível do funcionamento do cérebro, provocando descargas elétricas dos neurônios, que podem ser focais (conhecidas como parciais) ou generalizadas (quando atingem todo o cérebro). As características das crises vão depender da origem das descargas elétricas no cérebro.

O neurocirurgião esclarece que cada crise pode ocasionar um sintoma ao paciente. “Quando as crises são parciais simples, temos sintomas apenas no quesito motor, visual ou de mal-estar, sem afetar a consciência. Entretanto, as parciais complexas, além de acometer o controle motor ou visual, ocasiona também alguma alteração na consciência, mas não sua total perda. Por último, existe ainda a crise generalizada que, além do acometimento do controle motor, também ocorre a perda da consciência”, diz.

Além delas, há outras manifestações da doença e que muita gente desconhece. “A parada comportamental é uma crise parcial complexa e muito mais frequente, em que o paciente fica parado, com o olho arregalado, como se estivesse fora de si. Outra manifestação é o estado de mal epiléptico, quando o paciente sofre várias convulsões seguidas, sem recuperação da consciência entre elas. Esta é a mais grave de todas, pois, se não tratada imediatamente, pode ocasionar lesões cerebrais graves”, explica o médico.

Diagnóstico e tratamentos- Segundo Luiz Daniel Cetl, o paciente com epilepsia, para receber seu diagnóstico, pode procurar, inicialmente, um neurologista que, dependendo do caso, poderá encaminhá-lo para um neurocirurgião especialista em epilepsia. “O tratamento base para o controle das crises e sintomas da epilepsia é medicamentoso. No entanto, nem todos casos recebem respostas positivas, o que pode sugerir a indicação da realização de um procedimento cirúrgico”, informa o neurocirurgião.