A falência moral e a total degradação foi acontecendo aos poucos: um roubo aqui, outro ali, uma vantagem aqui, outra ali, pequenos delitos que foram crescendo, sempre aceitos passivamente por uma sociedade que tem como regra geral a Lei de Gerson – aquela, de levar vantagem em tudo.
Ocorreu também um processo de autoengano coletivo: muita gente boa achava que o fato de tirar o PT do poder resolveria todos os problemas da Nação, como se a corrupção tivesse sido criada por Lula e seus parceiros. Os governos petistas se lambuzaram no mel perigoso da corrupção, Dilma arruinou as finanças com sua incompetência e arrogância, mas o governo Temer segue a mesma toada. Um governo medíocre, cercado de pilantras por todos os lados.
Enfim, do ponto de vista moral estamos na sarjeta e, na economia, é quase impossível uma recuperação rápida diante da insanidade e da ganância dos três poderes, que não querem largar a doce rapadura de seus privilégios.
Não existe justiça em um país onde uma pequena casta não abre mão de seus privilégios nem mesmo durante a maior crise econômica da história. A única saída seria uma nova Constituinte que garantisse direitos iguais a todos os brasileiros, e não apenas para aqueles que integram a elite da República. Como isso não vai acontecer, o Brasil caminha para o abismo. É possível que a solução surja a partir do caos ou viveremos numa selva.
O leitor não se engane, a tragédia do Rio é simbólica e o retrato da tragédia brasileira.