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Transpondo a injustiça

01/04/2017
O missionário do bem se mostrava muito triste. Há dias, não conciliava o sono. Tendo se dedicado ao próximo, de forma integral, recebia as pedradas de uma grande injustiça. E sofria. Doía-lhe a cabeça. A alma sangrava. Rogando o socorro dos benfeitores da vida, um sábio ancião lhe apareceu e, ouvindo-lhe a mágoa, recordou-lhe que o mal não deve ser valorizado. “Tu é quem estás dando valor à injustiça. Se dás valor à mentira, deves sofrer o efeito da mentira. Se tu sabes que não é verdade, por que estás sofrendo?”, perguntou. E, para o confortar, lhe narrou a seguinte parábola:

Havia uma fonte pequena e insignificante, perdida num bosque. Um dia, um viajante passou por ali, atirou um balde, retirou água e acabou com a sede. A fonte ficou feliz e disse para si mesma: “Como eu gostaria de poder dessedentar os viandantes, já que sou uma água preciosa”. E o Grande Arquiteto do Universo permitiu que ela viesse à tona, de forma que as aves e os animais pudessem dela se servir. “Que bom é ser útil. Gostaria de ir além, umedecer as raízes das árvores. Correr a céu aberto”, pensou a fonte.

Veio a chuva, ela transbordou e se transformou num córrego. Feliz, desejou chegar ao mar, porque o destino dos córregos e dos rios é atingir o mar. E o riacho se tornou um rio. O rio avolumou as águas. Mas, numa curva do caminho, havia um toro de madeira, impedindo-lhe a passagem.

O rio tentou passar por baixo, contornar. Sem êxito. Então o rio cresceu e transpôs o obstáculo com firmeza. No seu percurso, foi levando seixos, pedras, pequenos empecilhos que encontrou. Quando algo que impedia o curso se apresentava à frente, ele crescia e o transpunha, até alcançar o mar.

E concluiu o sábio ancião: “Todos nós somos fontes do Grande Arquiteto do Universo. Um dia, alguém se acercou de ti e pediu para beber da água que tinhas. A felicidade te encheu a alma e pediste a Deus para servir mais. Então, transbordaste de amor e cresceste. A alegria cantava hinos aos teus ouvidos. Agora, quando uma dificuldade se apresenta, tu choras? Faze como o rio. Transpõe as pedras das dificuldades. Não fiques a te lamentar. Tua fatalidade é o mar, o grande oceano da misericórdia divina”.

[com base em texto de Celeste Santos e Divaldo Pereira Franco e também na Redação do Momento Espírita]

Pode ser que, em tua vida, estejas a passar por algo semelhante. Aproveita a lição. Não permitas que os maus te entravem a trilha por onde segues. Confiante, ora e suplanta as dificuldades. Injustiças te perseguem? Não faças caso, não as valorizes, porque somente a verdade é imperecível.

Os homens que cometem as injustiças, logo mais não estarão mais na Terra. Como tu mesmo. Preocupa-te somente em oferecer as águas do teu amor a quem necessita. Não permitas que a inveja e a maldade empanem o brilho das tuas conquistas. O que importa é a tua semeadura nobre, digna, de cada dia para que, ao final da jornada, possas olhar para trás e ver somente o rastro de bênçãos que deixaste em tua caminhada.

 PAZ, SAÚDE E PROSPERIDADE