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O horror da guerra

08/04/2017
As imagens de crianças morrendo sufocadas a Síria, em razão de um ataque do governo do ditador Bashar al-Assad, chocaram o mundo. A reação dos Estados Unidos, de bombardear bases militares do ditador, só aumentou a incerteza sobre o que virá. Assad tem proteção do presidente russo Vladimir Putin, um conhecido linha dura, cujo governo já condenou o taque americano. Há um evidente clima de tensão entre a duas potências nucleares.
 
O que vem acontecendo na Síria envergonha toda a raça humana, pelos atos de barbárie e pela falta de uma solução negociada. A guerra civil naquele país já resultou em mais de meio milhão de vítimas e outros milhares de refugados. E a matança parece não ter fim, haja vista que os líderes mundiais não se revelaram capazes de apresentar um plano de paz e o ditador Assad demonstra que só deixará o poder pelo uso da força. 
 
Ao longo da última campanha presidencial, o então candidato Donald Trump, considerado um azarão na disputa, criticou o presidente Barack Obama por sua suposta omissão no conflito sírio. Eleito presidente, no entanto, uma de suas primeiras iniciativas foi barrar a entrada de refugiados.
 
As relações de Trump com Putin eram tão boas que existem fortes suspeitas de que o governo russo interferiu na campanha eleitoral americana a favor do atual presidente. Com o ataque às bases militares sírias as relações entre os dois líderes mundiais tendem a se azedar elevando o nível de tensão com reflexos até mesmo na economia mundial.
 
Donald Trump disse que os EUA não poderiam tolerar o uso de armas químicas contra civis na Síria e que o ditador Assad ultrapassou todos os limites que uma sociedade civilizada pode aceitar. O discurso é perfeito, mas é difícil acreditar que Donald Trump esteja de fato preocupado com as crianças sírias. É mais provável que o ataque tenha a ver com a queda da popularidade do presidente, que só tem a aprovação de 35% dos americanos. A guerra pode mudar esse quadro, mas o mundo ficou um lugar mais perigoso.