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E agora??

15/04/2017
Se já era ruim a situação do Brasil, ficou muito pior com as delações premiadas feitas por executivos da Odebrecht que envolvem as principais lideranças políticas do país num esquema de roubalheira sem precedentes na história. Quadro ex-presidentes foram envolvidos e o atual, Michel Temer, teria participado de negociatas, uma delas envolvendo 40 milhões de dólares a título de propina.
 
Os comandantes do Senado e da Câmara também teriam se lambuzado com o dinheiro fácil, além de ministros, deputados, governadores e um presidente do Tribunal de Contas da União.
 
E como na Lei de Murfhey, nada pode ser ruim que não possa piorar. Outras delações virão e certamente nomes importantes do Poder Judiciário vão aparecer. Nunca se viu nada igual em um país civilizado. O que fazer?
 
Em primeiro lugar é preciso separar o joio do trigo, delitos maiores – como corrupção e lavagem de dinheiro -, de menores, como o uso do chamado caixa 2 em campanhas eleitorais. Vale destacar o que disse Marcelo Odebrecht; nenhum político brasileiro foi eleito sem usar o caixa 2. Talvez tenha exagerado, mas Marcelo sabe o que fala e o uso de caixa 2 foi largamente utilizado nas eleições até o momento em que explodiu o escândalo.
 
É fundamental, também, garantir o amplo direito de defesa para os acusados, pois é assim que se faz numa democracia. Comprovada a culpa, as punições devem ser aplicadas com o rigor da lei.
 
O grande problema é o grau de degradação moral que atinge a Nação. E, infelizmente, ela não se resume à classe política. É cultural, a famosa Lei de Gerson – a de levar vantagem em tudo, faz parte do cotidiano de nossa sociedade. Ou mudamos essa cultura, ou seguiremos de escândalo em escândalo rumo ao abismo, abrindo espaços para novos aventureiros.
 
Na política, como na vida, não existe solução mágica.