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Ômega 3. Suplementação necessária?

15/04/2017
Ácidos graxos ômega 3 (? 3) representam uma caracterização química de um determinado de gordura, do mesmo modo que os do tipo ômega 6 (? 6). São ácidos graxos essenciais, ou seja, não são produzidos pelo corpo, sendo obrigatória a sua ingestão. Estudos apontam a necessidade de ingestão equilibrada entre os dois. Supõe-se que a relação ideal entre os ácidos graxos ? 3: ? 6 seria em torno de 1:2. A dieta moderna, rica em produtos industrializados muito processados, mantém relações de 1:20 ou 1:25.

Esses ácidos graxos são importantes precursores de moléculas com importantes funções bioquímicas do organismo. Os derivados de ácidos graxos ? 6, além de importantes funções como o desenvolvimento do cérebro e da retina durante o período gestacional e os primeiros anos de vida, também está vinculado ao processo de inflamação. Lembrando que, do ponto de vista fisiológico, a inflamação é um processo importante para a defesa do organismo contra os agentes agressores, como vírus e bactérias. Os derivados ? 6 também são importantes para coagulação e para a cicatrização dos tecidos lesados.

Os derivados de ácidos graxos ? 3, por sua vez, são importantes para manter estáveis os níveis de colesterol sanguíneo, como o LDL e HDL. O aumento da ingestão derivados ? 3 reduz o hipercolesterolemia (aumento de LDL), aumenta o HDL e também reduz os triglicerídeos. Com esses resultados a ingestão aumentada de derivados de ácidos graxos ? 3 produz efeito cardioprotetor, reduzindo a probabilidade de infartos do miocárdio.

Quando a ingestão dos dois tipos de ácidos graxos está em equilíbrio (1 ?3: 2 ?6), é possível que o organismo aproveite os efeitos benéficos de ambos. Porém, quando a ingestão de ? 6 é muito superior ao recomendado, o organismo entra em estado de inflamação crônica, o que pode facilitar os danos cardiovasculares e também uma condição de maior suscetibilidade a diferentes tipos de cânceres. Além disso, muitas das doenças crônicas são processos inflamatórios e que podem ser facilitadas pelo excesso de ? 6.

A suplementação de ácidos graxos do tipo ? 3 traz melhorias, porém o ideal é que se altere a dieta, coma-se menos alimentos processados e garanta-se as proporções ideais de ? 3 e de ? 6. Por outro lado, alguns estudos mostram que o excesso de ácidos graxos do tipo ? 3 podem aumentar o risco de doenças hemorrágicas. Portanto, mais do realizar a suplementação, é preciso que a dieta volte a ser equilibrada reduzindo a ingestão de alimentos altamente processados. Ou seja, precisa de uma dieta “caseira” bem realizada.

Se ainda tiver dúvidas, encaminhe sua dúvida para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da Unisantos. O contato pode ser pelo e-mail [email protected] ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.