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Mais Rodrigos, menos Maicons

22/04/2017
Pode até ter parecido um fato normal, mas foi muito mais que isso. O lance em que o zagueiro do São Paulo, Rodrigo Caio, assumiu ter pisado involuntariamente em seu companheiro de equipe, isentando o adversário, foi bastante criticado. O capitão tricolor, Maicon, afirmou: “Prefiro a mãe do adversário chorando em casa do que a minha”. Outras vozes endossaram as críticas.  
 
Era apenas uma partida de futebol, mas a repercussão do episódio é o retrato da degradação moral que arruína o país. Cresce na sociedade o sentimento de que o importante é levar vantagem em tudo, a conhecida lei de Gerson, e que se danem os prejudicados.
 
Os políticos ladrões, portanto, não são um fato isolado. Eles são, na verdade, o fruto de uma árvore apodrecida. A sociedade brasileira está doente e não querer enxergar isso equivale a tapar o sol com a peneira.
 
A roubalheira escancarada, exposta ao país pela Operação Lava Jato, está sendo praticada em todos os poderes da República, e, também, faz parte do dia a dia de milhões de brasileiros, seja em pequenos (por falta de melhores oportunidades) ou grandes delitos.
 
Muitos dos que hoje reclamam dos políticos ladrões se apressam a tentar subornar o guarda da esquina para evitar uma multa pesada, ou algo do gênero. O câncer da corrupção produziu  metástase que alcança todo o corpo da Nação.
 
Cada dia uma agonia. O Brasil vive o seu dilema. Para construir uma grande Nação, justa e solidária, não basta apenas prender e trocar de políticos. O processo de mudança passa por atitudes de cada indivíduo. Neste contexto, o zagueiro do São Paulo deu um belo exemplo. O Brasil precisa mais de Rodrigos e menos de Maicons.