Comportamento

Quero trabalhar!

29/04/2017
Na sexta-feira (28), dia em que o Brasil enfrentou uma greve geral em protesto pela reforma da Previdência e reforma trabalhista, às vésperas do Dia do Trabalho (1º de maio), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o novo recorde de desemprego no país: 13,7% no trimestre de janeiro a março, o que compreende 14,2 milhões de desempregados, uma massa que engloba tanto pessoas que perderam o trabalho e estão tentando se recolocar no mercado como jovens em busca do primeiro emprego.

Para esse jovem o momento gera muitas dúvidas e inseguranças. Até mesmo desorientação. Se no passado ter um diploma universitário era garantia de ingresso no mundo do trabalho, hoje, dependendo da profissão, o canudo funciona mais como status social. Esse jovem ainda tem que suportar a pressão para obter sucesso em uma carreira para a qual, muitas vezes, não tem aptidão nem gosto, já que a escolha é feita com muito pouca idade e despreparo emocional.  

Primeiro emprego
Para Ayumi Fernandes, especialista em carreira da empresa You Coach – Start up de desenvolvimento humano, o jovem tem duas maneiras de encarar uma crise: deixar se abalar pela quantidade assustadora de desempregados e, consequentemente, de concorrentes ou fazer diferente e pensar acima da média.

“Empresas imediatistas e despreparadas estão demitindo sem estratégia e estão com sua equipe ainda mais desengajada. Na contramão, temos empresas se reestruturando, repensando seu modelo de negócio, blindando sua equipe atual e sim, contratando novos talentos. Quem está acompanhando e se adaptando às novas tendências se mantém desejado pelo mercado e tem mais facilidade de se empregar”, aposta.

Segundo ela, um bom currículo (competências técnicas) é apenas o primeiro degrau do novo perfil de colaborador. “O comportamento do candidato e sua adaptabilidade à cultura da empresa tem mais peso. Portanto, possuir ou não experiência anterior é um detalhe. Mais vale brilho nos olhos e atitude para fazer a diferença”, diz.

E um conselho para o candidato ao primeiro emprego: “O candidato deve pensar em exemplos reais da sua rotina que comprovem atitudes e qualidades. “Quando o candidato fala de sua vida fica evidente sua forma de pensar e agir, é assim que as empresas identificam talentos e comportamentos acima da média”. Para quem está inundado de dúvidas, Ayumi lembra que há profissionais que dão esse suporte e que tem muita informação gratuita na internet.

Onde está o desafio
De acordo com Ayumi, a demanda hoje é por mão de obra qualificada e preparada, com liderança, pró-atividade e adaptabilidade para trazer soluções em situações adversas. “Se o jovem se fizer aquelas perguntas perceberá onde está seu maior desafio. As lacunas variam muito: podem estar na escolha de uma carreira a seguir ou na transição para outra em que se identifiquem mais, podem estar relacionadas à parte técnica (graduação superior, idioma extra, cursos extras para áreas específicas) ou ainda à parte comportamental (dificuldades para falar em público, se relacionar em grupo, problemas de liderança, desmotivação e outros).

Como redigir um currículo
O que coach Nadir Paes, que atua na área de desenvolvimento humano e organizacional, recomenda é redigir o currículo com objetividade e de forma congruente com suas vivências e experiências. Além de um currículo bem formulado, o candidato deve se preocupar com a forma visual de sua apresentação. Sempre procurar estar bem apresentável para a ocasião e também ao cargo pleiteado.  “A maneira como se comportar na entrevista é sempre com sinceridade e honestidade, sem fazer tipos ou papéis”, afirma.

Ayumi Fernandes também lembra que o currículo instiga o recrutador a entrar em contato ou não. Por isso, muita atenção a estas dicas:

Como se comportar em uma entrevista de emprego

Redes Sociais
De acordo com Ayumi Fernandes, as redes sociais podem ajudar ou atrapalhar, dependendo do que a pessoa postar. “A maioria das vagas está disponível de forma gratuita, é crucial estar cadastrado nos sites de empregos e diretamente nas empresas. O linkedin é uma ótima dica, pois somos o terceiro país com maior número de usuários no mundo. Ou seja, além de vagas há chance de networking”. “A tecnologia e as redes sociais ajudam notadamente para fazer networking em grupos de recolocação e vagas. Hoje em dia tem muito material de estudos on line”, completa Nadir Paes.

Recolocação no mercado de trabalho
Tanto para quem perdeu seu emprego ou para quem, insatisfeito, queira mudar de área, Nadir Paes enfatiza que cada indivíduo é responsável por sua carreira e as oportunidades estão no movimento. “É preciso fazer uma auto avaliação da sua empregabilidade, ou seja, suas competências técnicas e comportamentais em níveis competitivos no mercado. Deve buscar conhecimentos e autoconhecimento através de cursos, palestras e grupos de estudos ou até mesmo buscar ajuda de um Coach de Carreira”, orienta.

Saindo da zona de conforto
Sair da zona de conforto é sempre um grande desafio. “Primeiro a pessoa tem que querer este desafio e depois ter clareza do que quer, fazer um planejamento e executá-lo sem perder o foco. Os profissionais que sempre investiram em sua carreira, desenvolvendo competências técnicas, comportamentais e emocionais, mesmo em momentos de crise são absorvidos pelo mercado. Já as pessoas que se acomodam e não investem em autoconhecimento e conhecimentos, nestes momentos precisam as vezes recuar e aceitar posições com salários abaixo do recebiam enquanto empregados”, reconhece Nadir. Segundo ela, todos nós, seres humanos, temos nossos medos e, em níveis mais profundos, eles realmente paralisam. “Nesses casos deve-se buscar ajuda de psicoterapeutas ou dos coaches”.

S.O.S Emprego – Em maio estarão abertas inscrições para novas turmas do workshop S.O.S. Emprego. Mais informações www.youcoach.com.br ou tel. 33949693 e 974056466.