Coluna Dois

Escalar Renato e Ricardo Oliveira ou não, eis a questão

06/05/2017
O cargo de treinador de futebol em clubes de ponta, mesmo no Brasil, tem salários no topo do ranking. Mas exige equilíbrio e nervos de aço. A pressão vem de todos os lados. A torcida e os cartolas exigem vitórias. Os comentaristas esportivos cobram futebol bonito e eficiente. As organizadas ameaçam com violência. Os empresários reclamam quando os jogadores deles não são escalados. Os atletas organizam panelas. As fofocas poluem as redes sociais… 
Não é fácil.
 
Eduardo Baptista não aguentou a pressão. Exatamente uma semana depois do chilique na entrevista coletiva pós-jogo contra o Peñarol, o treinador do Palmeiras foi demitido. O time está praticamente classificado na Libertadores. Mas tem sofrido demais contra adversários mais fracos e tomou um baile da Ponte Preta no primeiro jogo da semifinal do Paulista. Não transmite, principalmente, a sensação de ter um padrão de jogo. Usa e abusa de cruzamentos aéreos, mesmo com um estoque de armadores no elenco.
 
No Santos, Dorival Junior tem equação complicada para solucionar. Renato e Ricardo Oliveira caíram muito de rendimento. Ainda é prematuro o diagnóstico: peso da idade ou apenas uma fase ruim? Oliveira teve uma temporada excepcional em 2015 e Renato, em 2016. O time poderia ganhar mobilidade, força e alternativas com Rafael Longuine e Copete, por exemplo, no lugar deles. Há outras opções. Mas a questão não é tão simples. Renato e Ricardo Oliveira são justamente os dois jogadores que dão equilíbrio emocional a uma equipe que tem os dois zagueiros, Lucas Veríssimo e David Braz, e também o volante Tiago Maia, muito afoitos, Lucas Lima excessivamente marrento e Vitor Bueno e Bruno Henrique a poucos centímetros da apatia.
 
Na quinta-feira, o time, empurrado de forma muito bonita pelo Pacaembu quase lotado, vibrou na medida certa para um jogo de Libertadores. Vitória. Dorival Junior tem batido muito, também, na tecla de jogar fora de casa com essa mesma vibração.
 
 O Peixe está com a classificação encaminhada. É o único brasileiro invicto até agora na competição. Tem tudo para disputar o título.     
 
Mas para encarar de igual para igual elencos mais caros e com mais opções, como os do Atlético Mineiro, Palmeiras e Flamengo, vai depender do encaminhamento que o treinador der para essa questão complexa das camisas 8 e 9, ocupadas pelos veteranos ídolos Renato e Ricardo Oliveira.
 
Um santista no Principado
Douglas Ferreira mandou em Monte Carlo no PokerStars Championship. Ficou no 15o lugar entre 727 inscritos. Levou um prêmio de 33 880 euros (R$ 115 mil). A inscrição no campeonato custava 5300 euros, mas Douglas ganhou o pacote completo de participação (hospedagem, passagens e entrada) num torneio satélite on line com inscrição bem mais barata, na faixa de 500 euros.
 
Hermanos artilheiros
Dos 11 gols dos times brasileiros nos jogos de quarta-feira pela Libertadores, 7 foram marcados por jogadores estrangeiros. Lucas Barrios, do Grêmio, Guerra, do Palmeiras, Cazares (2)e Otero, do Galo Mineiro, Guerrero e Trauco, do Flamengo. Isso sem contar o segundo gol do Palmeiras, golaço de cabeça, contra, de Luiz Cabezas.  
 
Reprovados
Os mandantes naufragaram nos jogos de ida das decisões dos estaduais. Não conseguiram fazer a lição de casa. Perderam ou empataram. A exceção fica por conta do CRB, em Alagoas. Os visitantes mais indigestos foram Coritiba, Corinthians e Goiás que mandaram 3 a zero no Furacão, na Ponte Preta e no Vila Nova e encaminharam o título.