Coluna Dois

Quatro grandes, quatro treinadores, quatro situações diferentes

13/05/2017
A diversidade se deve principalmente à relação de cada um deles com o treinador. A mais complexa, sem dúvida, é a do São Paulo. Ao fazer uma experiência com Rogério Ceni como treinador, o clube se expôs a riscos evidentes. O ex-goleiro trazia como credenciais positivas o conhecimento profundo do clube e a condição de grande ídolo da torcida. O problema, que foi minimizado, era a absoluta falta de experiência no cargo. Menos de 5 meses depois, o São Paulo amarga três eliminações em fases de mata-mata (Paulista, Copa do Brasil e Sul Americana). Outro treinador não teria sobrevivido ao empate desta semana no Morumbi com o modesto Defensa e Justicia da Argentina, novato em competições internacionais. Mas como demitir um ídolo? Ceni argumenta com números: 11 vitórias, 9 empates e 4 derrotas. Mas não sobrevive no cargo se a largada nas primeiras rodadas do Brasileirão não der indícios de lutar pelas primeiras posições da tabela.
 
Fabio Carille, também novato, conquistou o Paulista com o Corinthians. Estreia no Brasileiro com crédito. Mesmo com um elenco limitado, conseguiu dar padrão de jogo à equipe. O Timão foi eliminado pelo Inter de Porto Alegre na Copa do Brasil mas passou bem pela Universidad do Chile na Sul Americana. O time está sólido e tem tudo para fazer uma grande campanha.
 
O Palmeiras começou a temporada também com um treinador ainda sem grife. Mas reforçou muito o elenco, estabeleceu a meta de ganhar o Paulista e lutar pelo título das outras três competições. Eduardo Baptista não conseguiu manter nem a competitividade do time do ano passado nem dar padrão de jogo a ele. Depois da eliminação no Paulista e da sequência de jogos com uma chuva de bolas cruzadas na área adversária, a diretoria preferiu não correr riscos desnecessários e trouxe, a peso de ouro, o treinador do ano passado, Cuca. 
 
O Santos é o único que vai para o terceiro Brasileirão seguido com o mesmo treinador, Dorival Junior. A equipe, que vinha oscilando em campo, e que perdeu 4 dos 5 confrontos deste ano contra clubes da Série A, deu sinais de recuperação nos dois últimos jogos contra o Santa Fé colombiano, no Pacaembu, pela Libertadores e contra o Paysandu, em Belém, pela Copa do Brasil. Vítor Bueno e Lucas Lima, que vinham tendo atuações irregulares, subiram de produção. Tem potencial para lutar pelos três títulos.  
 
Finalmente a Ponte Preta, arrumada por Gilson Kleina, chegou à final do Paulista e se encontrar um substituto para o artilheiro Pottker também pode fazer uma ótima campanha no Brasileiro.

Morre-morre
Em relação a essa eliminação do São Paulo desta semana, a equipe da Fox Sports que transmitiu o jogo falou em “um dos maiores vexames da história do clube”. Exagero. A torcida são-paulina vem sofrendo muito com eliminações em sequência em competições do tipo mata-mata nos últimos anos. Especialmente dolorida foi a derrota em casa para o Bragantino na Copa do Brasil de 2014: 3 a 1. E de virada. O treinador era Muricy Ramalho.

A melhor defesa é mesmo…
O ataque? Pois o fantástico ataque do Real Madrid, aliado ao melhor meio campo do mundo vai enfrentar uma das melhores defesas que o planeta futebol já viu: Buffon, Bonnucci, Chiellini e Barzagli, da Juventus de Turim na final da Copa dos Campeões da Europa. E ainda tem o lateral Daniel Alves, sobrando em campo. A Velha Senhora italiana amarga um jejum de 20 anos na Champions League.

Ídolo com pés de barro
Cristiano Ronaldo tem sido cada vez mais decisivo para o Real Madrid. Tem quebrado marcas e recordes. É escolhido ano sim, ano não, como o melhor do mundo pela Fifa. Mas recebe vaias da própria torcida com frequência cada vez maior. Mesmo o cuidado mega-meticuloso no polimento da imagem (ele, por exemplo, não usa tatuagens para poder doar sangue) não consegue tirar a má impressão que fica para o público da personalidade marrenta dele.