Comportamento

Quando a abóbora é um pepino!

20/05/2017
A atriz Taís Araújo deve ter sentido um imenso alívio quando o conteúdo das delações dos executivos da JBS caiu como uma bomba em todo o País, na noite de quarta-feira (17). Até aquele momento, o assunto da semana era a sua participação no programa “Mais Você”, da TV Globo, na segunda-feira (15).

Sempre espontânea, a convidada de Ana Maria Braga se negou a provar os quitutes à base de abóbora preparados pela apresentadora. O motivo: ela detesta o legume. “Não vou comer só porque estou aqui. Não imaginei que teria abóbora às oito horas da manhã”, disparou a atriz ao vivo. A recusa foi interpretada por muitos como “desfeita” e as mais diversas reações inundaram a internet.

A situação embaraçosa com Taís poderia acontecer com qualquer um de nós. Afinal, quem nunca precisou recusar um prato por não gostar de algum ingrediente? A recomendação da especialista em comportamento e etiqueta Valentina Rezende é agir com naturalidade. “Tudo pode ser dito com delicadeza e com um sorriso no rosto. Afinal, as gafes nunca vão deixar de acontecer. A maneira como as pessoas saem destas situações é importante”, explica.

Esta “polêmica” acendeu um debate sobre as regras de etiqueta e o que é certo (ou não) fazer em saias justas como essa. Muitos internautas foram solidários à atriz e disseram que costumam agir da mesma forma. Outros consideraram a atitude como rude. “Tecnicamente, a maior gafe foi da produção do programa, que não consultou seus convidados. Você não é obrigado a comer algo que vai lhe fazer mal. Portanto, pode recusar o prato, sim! Mas com muita educação. A atriz foi delicada ao declinar e a apresentadora tirou de letra. No fim, acabou virando piada”.  

Regras não são para engessar
Todos nós conhecemos o bê-a-bá da etiqueta: como se comportar no trabalho, onde colocar os talheres na mesa, quem deve pagar a conta no restaurante. Mas, no dia a dia, frente a estas ocasiões, algumas pessoas têm verdadeiros apagões e acabam cometendo alguma gafe. “As regras de etiqueta são para orientar o nosso comportamento, não para engessar. Elas estão aí para nos ajudar a evitar constrangimentos. Se ficarmos com medo de nos relacionarmos, de irmos a um evento ou a um restaurante por causa destas regras iremos nos tornar muito mais desagradáveis. O ideal é relaxar, ser leve e espontâneo”, indica Valentina.

Bom humor é a solução

A especialista explica que, no caso de eventos, tanto anfitriões como convidados devem tomar alguns cuidados para evitar situações embaraçosas. “Se você é convidado para uma festa e não usa roupas formais, não pode aparecer trajando jeans de maneira alguma. Neste caso, você está sendo grosseiro em sua atitude. O anfitrião costuma indicar o traje ideal. Caso não esteja explícito, observe o tamanho do convite, a maneira como lhe foi entregue. São sinais que ele dá sobre o tipo de evento. Por sua vez, o anfitrião deve saber quem são e do que os seus convidados gostam”.
 
Mas nem sempre há tempo de evitar uma gafe. Existem aqueles constrangimentos clássicos momentâneos, como quando esquecemos (ou trocamos) o nome de alguém ou pedimos que todos fiquem de pé quando há cadeirantes no ambiente. “A dica é contar com a ajuda de uma terceira pessoa para amenizar o constrangimento. E sempre lidar com a gafe com bom humor”. 

Dicas para evitar saias justas

Confira algumas dicas sobre diversas situações que você pode se deparar a qualquer momento. Saiba como agir da maneira mais adequada, e com educação.
 
Erro de português – Se alguém cometer um erro gramatical não corrija na frente de todos. Caso tenha mais intimidade, quando estiverem a sós, fale do erro com muita delicadeza. Se você for corrigido, mesmo que não goste, agradeça.
 
No avião –  Permaneça sempre em seu lugar. Ao ler jornal, não o abra muito, para não atrapalhar o passageiro do lado. Antes de deitar o encosto da poltrona, veja se pessoa que está atrás não está utilizando a mesinha. Fale baixo, não reclame da comida e não leve nada “de lembrança”. 
 
Lembra de mim? – Caso encontre alguém que pergunte: “lembra de mim?”, e você não recordar, não minta. Apenas fale: “sim, mas esqueci de seu nome agora”.
 
Demonstrações públicas de afeto – Não é correto utilizar apelidos carinhosos na frente de outras pessoas. Beijos ardentes, nem pensar! Deixe para quando estiverem a sós. É falta de respeito, educação e etiqueta com quem está perto.
 
Não perturbe! – O horário mais correto para ligar para a casa de alguém é de 10h às 22h.  Quando a intimidade é maior com a pessoa, ela costuma especificar seus horários, como “durmo tarde, pode ligar até meia-noite”. Se lhe disserem “acordo cedo”, entenda como uma indireta e não ligue muito tarde.
 
Furão – Se furarem fila na sua frente, não faça barraco ou fale alto para que a pessoa perceba, fale diretamente. Se não resolver, chame o gerente ou responsável pelo local.