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República dos palhaços: os dois vigaristas que ajudaram a botar fogo no País

20/05/2017
As delações da Odebrecht já indicavam e às da JBS confirmaram que o Brasil vem sendo governado por uma quadrilha formada por políticos e empresários inescrupulosos que saquearam o país por anos seguidos, sem dó nem piedade, enquanto milhares de empresas fechavam suas portas, milhões de brasileiros ficaram sem emprego e outros tantos mofavam e mofam nas filas de hospitais de péssima qualidade.
 
Felizmente, alguns desses canalhas estão pagando e outros estão de malas prontas para Curitiba. Mas como dizia Plínio Marcos, sempre tem um porém: os dois vigaristas que ajudaram a saquear o Brasil e integravam a quadrilha agora aplicam mais um golpe de mestre no Brasil. 
 
Sim, os dois irmãos Joesley e Wesley Batista (por quê não formaram uma dupla sertaneja, meu Deus?), acabam de aplicar mais um grande golpe nesta infeliz Nação. Fizeram delação premiada, entregaram toda a bandidagem política (veja ao lado quem levou mais grana), e afundaram o País em mais uma grave crise política e econômica. Logo agora que o Brasil estava saindo da recessão… Por que não denunciaram antes, durante o impeachment de Dilma?
 
E lá vão os malandros curtir a vida…
O mais incrível dessa História: os dois caipiras de Goiás, cujo pai começou a vida com um pequeno açougue, conseguiram bilhões de reais do BNDES nos governos Lula e Dilma (dinheiro do contribuinte), mais outros bilhões em negociatas com o governo, não vão ficar um dia preso e nem tampouco usar tornozeleira eletrônica.
 
Os dois irmãos se gabavam de comprar políticos como quem compra gado – e talvez tivessem razão. São milhões e milhões de reais roubados do contribuinte que foram distribuídos a presidentes, ex-presidentes, governadores, deputados e senadores. Entregaram os comparsas, vão pagar R$ 225 milhões de multa, em suaves prestações, e podem curtir a vida em Nova York, em imóveis de alto luxo.

Golpe de mestre

Para completar, sabendo que a delação iria afundar a já combalida economia brasileira, aplicaram milhões na queda da bolsa de valores e na alta do dólar. Saíram ainda mais milionários do que já eram. Golpe de mestre.
 
A questão é: como os Procuradores da República aceitam uma delação que livra os criminosos de pelo menos um pequeno período de cadeia e ainda os deixam sair mais ricos da história? Até a série americana da Netflix , que mostra os poderes da política dos EUA, debochou: – “Está difícil competir”.
 
Estamos construindo uma Nação de delatores, e o que é pior, às vezes o crime compensa para o dedo-duro. É o caso dos irmãos Batistas, os dois vigaristas que ajudaram a afundar a economia brasileira. Somos definitivamente uma Nação de palhaços!
 
Acordo de leniência
Se os R$ 225 milhões livram os irmãos da cadeia, o grupo terá de pagar R$ 11,169 bilhões, em dez anos, num acordo de leniência com o governo para poder continuar operando regularmente no Brasil. É o que está propondo o MPF. O valor equivale a 5,8% do faturamento do grupo em 2016. A J&F, que contra a JBS, propõe pagar R$ 1 bilhão.
 
O Globo pede a renúncia de Temer
Em editorial publicado na quinta-feira, em seu site, o jornal O Globo, das Organizações Globo, pede a renúncia do presidente Temer. Para o jornal, “o presidente perdeu as condições morais, éticas, políticas e administrativas para continuar governando o país”.
 
Jornalista ficou espantado com o tamanho da propina
O jornalista Lauro Jardim, do Globo, que publicou em primeira mão a delação da JBS, diz que ficou assustado com os valores de propina acertados com o emissário do presidente Temer, o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR). Seriam R$ 500 mil por semana, durante 20 anos, o que dá R$ 480 milhões.
 
“Fui apurar, a empresa ganharia em benefícios R$ 1 milhão por dia”, afirmou Jardim.