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“Temer tem totais condições para seguir trabalhando”, diz Mansur

27/05/2017

O Brasil vive um momento de extrema gravidade. Temos uma onda de protestos e um governo acuado. Como o senhor avalia essa situação?
Beto Mansur-
Não acho que estamos em um momento de extrema gravidade e nem que o governo está acuado. O que vivemos hoje é um reflexo da má administração do PT ao longo dos últimos anos e o Governo e o Congresso estão trabalhando para tentar solucionar essa situação e retomar o crescimento. Vamos continuar trabalhando pra colocar o Brasil nos eixos, mesmo com as disputas políticas que tentam criar instabilidade e a ideia de que estaríamos em uma crise grave. 
 
O presidente Temer é alvo de muitas acusações, inclusive está sob investigação da PGR, mas diz que não renuncia. O senhor acredita que ele tem condições de seguir no cargo e aprovar medidas fundamentais para o Brasil voltar a crescer?
Mansur
-O presidente Temer tem totais condições para seguir trabalhando. Ele foi alvo de acusações e está se defendendo no local adequado, que é o STF. Nada impede o Governo e o Congresso de funcionar. Na última quarta-feira, por exemplo, aprovamos sete medidas provisórias que estavam trancando a pauta. Nós estamos trabalhando e vamos continuar assim.

      
Parece claro que o atual modelo político ruiu, mas as instituições continuam funcionando. Como se construir um novo modelo político que garanta mais transparência e recupere a credibilidade do Congresso?

Mansur-É fundamental que entre todas as reformas que estamos votando, se faça também a reforma política. Precisamos de regras pra que os partidos tenham um mínimo de representatividade popular pra que eles possam ter prerrogativas na Câmara e no Senado. Temos que restringir tempos de TV e acesso ao fundo partidário, porque partido político não pode ser moeda de troca. Precisamos buscar uma eleição mais moderna, com voto distrital ou em lista, pra encontrar o melhor modelo político pro Brasil.

O escândalo detonado pelas denúncias da JBS prejudicou terrivelmente o país, que iniciava um processo de recuperação econômica, mas ainda assim os irmãos Batista, que assumiram a pratica de vários crimes, saíram livres. Qual a sua opinião sobre o episódio?

Mansur-É um absurdo. Os donos da JBS compraram todo mundo, juízes, promotores, parte da classe política e saíram do Brasil com salvo conduto do Judiciário e do MP por uma delação premiada. Eles tiveram benesses do BNDES, Banco do Brasil e Caixa e agora estão no bem bom nos Estados Unidos. A Polícia Federal tem que trazer esses caras de volta pra responder por todos os crimes que cometeram. 

 

Quais devem ser as principais prioridades do governo e do Congresso neste momento de grande dificuldade para o Brasil?
Mansur
-Estamos em um país democrático e a prioridade deve ser a estabilidade. O Congresso tem que votar as reformas e ajustar as contas do governo. Vamos dar a segurança jurídica pra reduzir o desemprego no Brasil. É pra isso que estamos trabalhando.
 

 
Como o senhor avalia a Operação Lava Jato?
Mansur-
A Lava Jato já deveria ter começado há muito tempo, pra mostrar a roubalheira que se instalou na estrutura do Governo ao longo dos anos. A operação é positiva e tem que continuar e se aprofundar, apenas tomando cuidado para não cair em excessos que acabam desrespeitando a legislação.