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Edmur Mesquita defende renúncia de Temer

03/06/2017

Em entrevista ao Jornal da Orla, o subsecretário de Estado de Assuntos Metropolitanos, Edmur Mesquita, disse estar convencido de que a renúncia do presidente Michel Temer, fragilizado com as acusações graves após gravação dos irmãos Joesley e Wesley Batista, da JBS, é o caminho mais curto diante da combalida situação política e econômica do País. Isso, segundo ele, se o presidente não conseguir provar inocência e contornar a crise de governabilidade que atinge o governo.  Confira os principais trechos da entrevista.

Jornal da Orla – Como o sr. avalia o quadro político, onde as denúncias de corrupção viraram rotina?
Mesquita –
Vejo com um misto de tristeza, vergonha e indignação, mesmo sentimento da sociedade, os desmandos e a roubalheira desenfreada. O País vive um colapso e como um paciente em estado grave respira pelos aparelhos.  

Temer foi atingido em cheio pela delação premiada dos dois irmãos Batista. Que alternativa o sr. vislumbra para o presidente?
Mesquita –
Ele deve ter um gesto de nobreza e renunciar ao cargo, que seria a saída para rápida. É a solução mais adequada para que se possa estabelecer uma saída com base no entendimento político, ou seja, um pacto federativo que estanque essa crise resultante da política irresponsável do PT, do ponto de vista do equilíbrio financeiro, que deixou 14 milhões de desempregados. 

O ex-presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, está liquidado politicamente após ser alvo de várias denúncias de corrupção?
Mesquita –
Não diria liquidado. Mas considerando a situação, acho muito difícil ele voltar a ocupar um cargo no executivo. Embora considere possível ele, com o passar dos tempos difíceis, retornar um dia ao legislativo. De todo modo, é responsabilidade do PSDB fazer um esforço para que as reformas do interesse nacional sejam aprovadas.

Qual a área de abrangência da Subsecretaria de Assuntos Metropolitanos?
Mesquita –
Ela abrange as seis regiões metropolitanas do estado (Baixada Santista, São Paulo, Campinas, Vale do Paraíba/Litoral Norte, Sorocaba e Ribeirão Preto), além de duas aglomerações urbanas (Piracicaba e Jundiaí). Juntas, elas representam 82% do PIB do estado e 33% do PIB nacional. É a terceira maior aglomeração urbana do mundo, atrás apenas de Tóquio e Nova Delhi. 

As audiências públicas com prefeitos e secretários das cidades da Região Metropolitana da Baixada Santista, que o sr. comandou, tiveram algum resultado prático?

Mesquita – O governador Geraldo Alckmin respondeu de forma extraordinária ao balanço das audiências com prefeitos e secretários das nove cidades da Baixada, há cerca de cinco anos. Depois de analisar os resultados da agenda metropolitana, o governador liberou R$ 5, 2 bilhões aos nove municípios, sendo que 95% deste montante foi executado. É uma demonstração da prioridade da política de integração metropolitana. Neste ponto, gostaria de ressaltar a criação do Estatuto da Metrópole, aprovada pelo Congresso e sancionada e pela ex-presidente. Um dos instrumentos previstos no estatuto é a obrigatoriedade de elaboração de um Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado (PDUI). O plano deve ser aprovado como lei estadual até janeiro de 2018.

Com relação à Baixada Santista, o que precisa ser feito para cumprimento das normas previstas no estatuto?
Mesquita –
A região precisa adequar seu plano de desenvolvimento, o PMDE, que atualmente tem apenas caráter de orientação e transformá-lo em projeto de lei, que será votado pela Assembleia Legislativa.