“Na guerra, a verdade é a primeira vítima”. A frase, atribuída ao pensador grego Ésquilo, reconhecido como o pai da tragédia, pode ser usada como analogia ao que pensam alguns dos ministros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), um tribunal que, na verdade, só serve para torrar o dinheiro do contribuinte.
No julgamento da cassação da chapa Dilma/Temer, quatro ministros, encabeçados pelo já conhecido Gilmar Mendes, decidiram que a roubalheira da Petrobras e as delações do Grupo Odebrecht e dos marqueteiros João Santana e Mônica Moura, não deveriam ser levados em consideração.
Enfim, suas “excelências” comunicam ao distinto público que a roubalheira escandalosa, que chocou o mundo, é apenas um detalhe, e um detalhe insignificante para cassar a chapa vencedora em uma eleição manchada pela corrupção.
Pobre povo brasileiro, condenado ad aeternum a sustentar uma quadrilha que se apoderou do poder, em todas as suas esferas, e que, além de saquear diariamente a Nação, ainda dela debocha. Ah, Brasil, que futuro pode oferecer a teus filhos?
Em passado recente, os políticos ladrões e seus parceiros ainda fingiam que não roubavam. Hoje a roubalheira está escancarada e juízes – pasmem – juízes da mais alta corte eleitoral deixam de lado o pudor e dizem, para a Nação perplexa, que os crimes de lesa-pátria devem ser ignorados do processo. Em nome da decência?
Francamente, o país chegou ao fundo do poço. Quando a Justiça se autodesmoraliza, o que podemos mais esperar? Juízes e procuradores de primeira instância fazem seu papel, mas quando a decisão chega às esferas superiores o país regride aos tempos da Casa Grande e Senzala.
O Brasil decente pede socorro, mas os gritos se perdem na escuridão dos podres poderes da capital da República.