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Terapia antitabagismo

03/06/2017

No dia 31 de maio é o Dia Mundial sem Tabaco. O tabagismo é causa de diversas doenças e provoca custos anuais em assistência à saúde na ordem R$ 40 bilhões. Além disso, ainda traz mais de R$ 17 bilhões pela morte prematura e danos irreversíveis aos trabalhadores. Considerando-se os gastos mundiais, estima-se que os transtornos causados pelo tabaco consumam 6% de tudo o que se gasta com saúde. O Ministério da Saúde mantém um programa de atendimento para a cessação do tabagismo, o qual utiliza terapêutica medicamentosa e suporte psicológico para todos os que procuram por ajuda.
A dependência ao tabaco ocorre tanto de forma química, à nicotina presente na fumaça provocada pela queima da folha de Nicotiana tabacum, quanto pelo hábito adquirido associado ao relaxamento que o rito de fumar provoca. Com a restrição da publicidade dos cigarros, houve a redução da vinculação que o ato de fumar criava em relação a fantasias sociais. Cada marca de cigarro era associada a uma fantasia social como a masculinidade incontestável, do indivíduo descolado, esportista ou sofisticado, dentre outros.
A dependência ao tabaco é de difícil controle. Todos os que tentaram parar o hábito de fumar em vão, não podem ser considerados fracos de vontade. Parar de fumar demanda reforço diário porque diariamente a pessoa é estimulada a fumar, principalmente pelo padrão de comportamento cotidiano. O cafezinho, a conversa no bar, o cheiro de fumaça exalada pela pessoa ao lado que está fumando. Todos esses e muitos outros fazem com que a pessoa tenha muita dificuldade em vencer essa dependência.

Em paralelo à abordagem comportamental e de apoio social, a terapêutica medicamentosa pode ser iniciada quando o perfil do usuário assim necessitar. Isso significa que, apesar de eficaz, os medicamentos não podem ser vistos como solução isolada do problema. Pelo contrário, os medicamentos são adjuvantes de um atendimento integrado de suporte para superar a síndrome de abstinência que a cessação do tabaco irá provocar.

Assim, quando necessário, é possível se fazer a reposição de nicotina no organismo. A nicotina é a substância que provoca a dependência. Fazer sua reposição por gomas ou adesivos permite dosar e diminuir de forma gradativa a substância causadora da dependência. Por outro lado, o sofrimento psíquico do abandono do hábito não pode ser agravado pelo sofrimento biológico. Quando o sujeito se sente mais forte e confiante e, de forma programada, a nicotina será reduzida até ser retirada totalmente. A nicotina tem de ser retirada porque ela não é isente de reações adversas. 

Além disso, alguns medicamentos podem reduzir o sofrimento que a síndrome de abstinência da nicotina pode provocar. Síndrome de abstinência é um conjunto de sintomas que o organismo apresenta quando sente a falta de uma determinada substância, no caso presente, a nicotina. Com a inalação contínua da nicotina, o metabolismo do corpo passa a funcionar considerando a presença constante da substância. Com a retirada da nicotina, desarticula o arranjo metabólico, como se estivesse faltando alguma coisa à normalidade.

Se ainda tiver dúvidas, encaminhe sua dúvida para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da Unisantos. O contato pode ser pelo e-mail [email protected] ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.