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De olho nos transtornos emocionais

24/06/2017

Algumas manifestações, muitas vezes confundidas com temperamento e questão de gênio, podem indicar que algo não vai bem e que é hora de procurar ajuda profissional. São alterações no funcionamento da mente, do humor, do raciocínio e do comportamento que afetam o desempenho e a vida de milhares de pessoas, e estão entre as três principais causas de incapacitação para o trabalho no Brasil. 

“Estar atento e observar a frequência e a intensidade dos sintomas é o mais aconselhado”, alerta a psicóloga Sandra Gaya, uma das idealizadoras do projeto social ‘Annitas, pensem fora da caixa!’, lançado em abril e que tem como intuito prevenir os altos índices de transtornos emocionais no público feminino. Só para esclarecer: o nome nada tem a ver com a cantora de funk, mas com a heroína Anita Garibaldi.

“Infelizmente, o suicídio é uma das consequências da depressão, pode acontecer e ser motivado por uma crise existencial, quando a pessoa perde o objetivo de vida”, explica.

Atenção aos sinais:

Isolamento social – É normal sentir a necessidade de ficar sozinho um pouco ou preferir uma rotina caseira ao lado da família. Mas, se a pessoa tem uma rotina social e muda repentinamente pode não ser um bom sinal. Ter falta de ânimo para trabalhar, para estudar ou realizar atividades que sempre foram prazerosas são motivos para ficar alerta.
 

Baixa autoestima – A insegurança, o perfeccionismo exacerbado e a falta de cuidado pessoal perceptível indicam a baixa autoestima. A pessoa não se permite errar e tem medo ou vergonha de si mesma, pois está sempre preocupada com o que vão falar sobre ela. Outra prática comum que demonstra a baixa autoestima é o consumo em excesso de alimentos e bebida alcoólica.
 

Irritabilidade – Quando a irritabilidade está relacionada a um acontecimento específico ou esporádico é normal. O alerta é para quando esse sentimento se torna algo constante e sem motivo aparente. Cuidado quando a pessoa explode facilmente e de forma constante, se torna intolerante aos incômodos, não consegue controlar impulsos emocionais, age com agressividade e tem pensamentos destrutivos em relação aos outros ou a si mesmo. Pessoas com alteração de humor intensa também tendem a tomar ansiolíticos ou antidepressivos de forma desenfreada e sem prescrição médica. A automedicação mascara a origem do que de fato precisa ser combatido.
 

Esquecimento – O esquecimento repentino pode estar ligado ao estresse, à falta de vitaminas, ao alcoolismo e outros fatores como a falta de atenção ou de foco. Também pode estar relacionada à privação do sono e até à dificuldade de permanecer parado.
 

Alterações de hábitos e do humor – A ausência de apetite, a falta de vontade de comer e a diminuição de atividades físicas são sinais de alerta. Quem entra numa rotina de chatice ou de trabalho sem trégua pode ficar doente, além de alterações de humor como estresse, euforia e tristeza profunda.
 

Sintomas físicos – As pessoas com depressão possuem baixa tolerância à dor pela diminuição da produção de neurotransmissores. Além disso, o sentimento de frustração, medo ou insegurança pode gerar problemas físicos, como é o caso de alergias, gastrite, úlcera, cefaleia, prisão de ventre, suor, taquicardia e enxaqueca.
Quando procurar ajuda – Se você identificou mais de cinco sintomas o mais indicado é procurar a ajuda de um profissional da área da saúde o quanto antes.