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Justiça cega e desmoralizada

24/06/2017

Que a classe política, com raríssimas exceções, está desacreditada não é novidade, já que os parlamentares e governantes fazem o que podem para destruir a própria reputação. O que parece surpreendente é que o Poder Judiciário parece seguir o mesmo caminho.

Vamos aos fatos mais recentes: a Justiça do Rio de Janeiro colocou em prisão domiciliar a vigarista Adriana Ancelmo, esposa do notório ladrão Sérgio Cabral, o ex-governador do Rio de Janeiro que arruinou as finanças do Estado no mais escandaloso caso de corrupção da história. 

Adriana, parceira do marido nos crimes cometidos, foi curtir a “prisão” em seu maravilhoso apartamento frente ao mar no Rio de Janeiro porque tem de cuidar de seus filhos menores de 12 anos. O problema é que milhares de detentas pobres, nas mesmas condições, continuam sem o benefício da lei.

Não muito tempo depois, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) resolveu jogar no lixo as provas de que dinheiro sujo, roubado do cidadão brasileiro, financiou a campanha eleitoral da chapa Dilma/Temer. 

Com a acintosa decisão, os juízes da mais alta corte eleitoral garantiram a impunidade da dupla que chegou ao Palácio do Planalto após assaltar os cofres públicos.

Já durante a semana, uma juíza de Taubaté decidiu, por “razões humanitárias”, colocar em prisão domiciliar o médico Roger Abdelmassaih, condenado a cumprir pena de 181 anos de prisão por abusar sexualmente de dezenas de pacientes.

 Vale destacar que o médico havia fugido do país e foi preso em Assunção. E na cadeia, segundo denúncias, teria usufruído de inúmeros privilégios. O mais triste é que a decisão em favor de Roger partiu de uma juíza, que ignorou o apelo das vítimas para que não concedesse o benefício. 

Enfim, três decisões polêmicas que colocam em dúvida a credibilidade de todo o Poder Judiciário. A pergunta que fica é: sem acreditar mais nos políticos e na Justiça, resta aos brasileiros confiar em quem?