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O fim melancólico de um governo

08/07/2017

O presidente Temer, que já não tinha condições morais, perdeu as condições políticas para se manter no poder a partir da denúncia formal, por corrupção, apresentada contra ele pelo Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot. 

A partir da delação dos irmãos Batista, a imensa maioria dos brasileiros considerou que Michel Temer não poderia mais permanecer no Palácio do Planalto, mas ele tentou lutar de todas as formas para continuar no cargo. Enfrentou um verdadeiro bombardeio dos principais veículos de comunicação e parecia resistir, mas a denúncia de Janot e a provável delação de seu companheiro de partido, Eduardo Cunha, representam um final melancólico para um governo que, a rigor, nem deveria ter existido.

O governo Temer é um desastre e envergonha os brasileiros perante o mundo. O presidente é acusado de corrupção passiva, e deve ser denunciado por formação de quadrilha e obstrução de Justiça; três de seus ex-ministros e amigos já estão presos e outros dois, de seu círculo mais próximo, são suspeitos de crimes graves. Para completar, o parceiro e companheiro de partido, o ex-poderoso presidente da Câmara, Eduardo Cunha, prepara delação que pode atingir de forma mortal o presidente.

Como pode um homem nessas circunstâncias presidir o país?

Apesar de a alternativa não ser das mais animadoras, o deputado Rodrigo Maia deve assumir a presidência da República com a missão de fazer a transição até as eleições gerais do próximo ano. Caberá, então, ao povo brasileiro decidir o que deseja para o país.

A história recente nos ensinou que o atual modelo político ruiu. É preciso uma ampla reforma no sistema para que os futuros dirigentes e empresários não possam comprar políticos como se compra carne no açougue.