Coluna Dois

A primeira metade da temporada

08/07/2017

O Corinthians, apontado no início do ano como a “quarta força” do futebol paulista, tem, até agora, o melhor desempenho.

Campeão paulista, líder com folga do Brasileiro e uma longa série invicta de 25 jogos. Tem pontos negativos nessa trajetória? Tem. Primeiro que está fora da Libertadores, em função do desempenho do ano passado. E, segundo, que foi eliminado da Copa do Brasil por uma equipe que está na Série B, o Internacional. 

Isso não arranha o brilho do trabalho do treinador Fábio Carille, principal responsável pelo sucesso do clube no semestre. Humilde, sereno, mesmo com um elenco limitado, Carille, discípulo aplicado de Tite, soube montar o time e soube principalmente dar espaço para os garotos que vinham da base.

Santos e Palmeiras estão na parte de cima da classificação do Brasileiro e também na disputa da Copa do Brasil e da Libertadores. O novo formato de disputa dessas duas competições, estendidas pelo ano, tirou um pouco da vantagem do Palmeiras, a de um elenco com muitas opções.   

O Verdão apanhou um pouco pela escolha do treinador Eduardo Baptista para a substituição de Cuca, que saiu no final do ano passado depois da conquista do Brasileiro. Sofrendo muito na Libertadores e eliminado do Paulista, o Palmeiras buscou uma solução trazendo Cuca de volta. Ainda não convenceu. Empatou com o Cruzeiro em casa no jogo de ida da Copa do Brasil e perdeu fora de casa para o Barcelona de Guaiaquil nas oitavas da Libertadores.

O torcedor do Santos está desconfiado do time. Mas os resultados são razoáveis. Eliminado do Paulista pela Ponte Preta nas semifinais, nos pênaltis, o Peixe perdeu para o Flamengo no Rio de Janeiro no primeiro jogo do mata-mata das quartas na Copa do Brasil por 2 a zero. Mas, em compensação, nesta semana, bateu o Atlético Paranaense fora de casa no jogo de ida das oitavas da Libertadores. 

Mesmo alternando bons e maus momentos, o time santista conservou as possibilidades até agora nas três principais competições do ano. Pode ser ilusório. Tem o pior desempenho de um primeiro semestre na Vila Belmiro desde 1923. Eliminou o Paysandu, apenas 16o colocado da Série B nas oitavas da Copa do Brasil. Não conseguiu nenhuma finalização contra o Flamengo no primeiro jogo das quartas. Mas está crescendo depois da troca de treinador com a saída de Dorival Junior e a chegada de Levir Culpi.

E o São Paulo? O torcedor são-paulino olha para os três rivais com inveja. A passagem de Rogério Ceni como treinador, que durou exatamente esse primeiro semestre foi um desastre. Eliminado do Paulista e da Copa do Brasil, fora da Libertadores e na zona do rebaixamento do Brasileiro. O Tricolor vem à Vila enfrentar o Peixe neste domingo num momento muito ruim.

O fracasso não pode ser totalmente creditado à arrogância de Rogério Ceni. A direção parece ter transformado o São Paulo num entreposto de curta permanência de jogadores e num laboratório de experiências com treinadores. Quem sofre é o torcedor.