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Profilaxia por antibióticos

17/06/2017

A boca está repleta de micro-organismos que podem atingir a corrente sanguínea e chegar ao coração, gerando uma patologia chamada de endocardite bacteriana. Em função da possibilidade de sangramentos durante os procedimentos odontológicos, é usual a prática de profilaxia pelo uso de antibióticos. Ao tomar uma grande dose de medicamentos, reduz-se a carga de bactérias presentes na boca, diminuindo-se o risco da doença cardíaca.

Estudos recentes têm demonstrado que a endocardite infecciosa também pode ser fruto de práticas cotidianas como pequenas lesões durante a higienização dos dentes. O sangramento durante a escovação, uso de fio de dental ou mesmo durante a refeição parecem representar um grande risco para o desenvolvimento de endocardite bacteriana. Outra situação que exige profilaxia antibiótica, são as pessoas que tem implantados próteses, que também podem ser infectadas pelas bactérias presentes na boca.

Considerando-se o risco que as intervenções cotidianas podem promover no desenvolvimento de endocardite bacteriana, torna-se imprescindível a visita frequente ao dentista para a realização preventiva de controle de infecções e para atestar a efetiva e adequada higienização que crianças e adultos realizam em seus dentes.

Assim, a profilaxia pelo uso de antibióticos deve ser restrita a um grupo menor de pessoas, àquelas que já apresentam problemas cardíacos ou para os imunossuprimidos. Estudos realizados na última década têm baseado essa recomendação dada pela Associação Americana de Odontologia e pela Anvisa. Quando necessários, a profilaxia tem de ser bem conduzida. Porém, pesquisas demonstram que isso não tem ocorrido no Brasil e no mundo.

Os medicamentos não têm sido bem escolhidos, além de serem prescritos em doses excessivas ou insuficientes. É necessário que a prescrição seja baseado em protocolos definidos por evidências científicas, que estabelecem o melhor antibiótico e sua dosagem. 

Por outro lado, o uso de antibióticos pode ser necessário considerando-se certos procedimentos odontológicos específicos, como em implantes. O uso profilático e pós intervenção odontológicas apresentam resultados não plenamente conclusivos. Dependendo da dimensão da intervenção necessária ou da pessoa que se sujeita a ela, o uso de antibióticos pode não apresentar eficácia na garantia do sucesso no resultado. Também é incerto a eficácia de seu uso na extração do “dente do siso”. 

Se ainda tiver dúvidas, encaminhe sua dúvida para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da Unisantos. O contato pode ser pelo e-mail [email protected] ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.