O “Domingo Espetacular” exibiu uma longa reportagem, de 16 minutos com a promessa de revelações-bomba sobre a rede da família Marinho (fatos que não são novidade para quem usa meios alternativos de informação, diga-se).
Conduzida por Luiz Carlos Azenha (ex-Globo), a matéria revela sonegação bilionária de impostos e empresas fantasmas em paraísos fiscais ligadas à filha de João Roberto Marinho. No final, destaca concessão de benefícios envolvendo o ex–ministro Antonio Palocci, que tenta um acordo de delação premiada estranhamente negado por procuradores da Lava Jato, pois comprometeria banqueiros e a Rede Globo.
– Apoio – Mas o que teria levado a Record a abrir fogo contra a Globo?
Recentemente, veio à tona que executivos da Record, SBT e RedeTV! negociaram com o ministro Moreira Franco apoio ao governo de Michel Temer em troca de punição, por parte da Anatel, às operadoras de TV por assinatura (na época as três redes tinham tirarado seus sinais da TV paga).
Ano passado, aliás, todos os 21 deputados e um senador do PRB (partido que representaa Igreja Universal no Congresso) votaram a favor do impreachment de Dilma Rousseff – conduzindo Temer à presidência.
– Retaliação – Por outro lado, a Globo não tem aliviado na cobertura das denúncias que envolvem o atual governo. Segundo o jornalista Leandro Mazzini, do jornal “O Dia”, para contra-atacar Temer estaria cobrando dívidas de impostos da rede dos Marinho – justamente um dos temas da reportagem do “Domingo Espetacular”.
– Repercussão – Vi nas redes sociais muitas críticas à Record por sua postura e pela reportagem “cheia de especulações”. E o que tem sido o nosso pobre jornalismo nos últimos tempos senão noticiar boatos e delações como se fossem verdade absoluta? Provas são um mero detalhe…
– Podridão – Essa nova briga motivada por interesses dos tubarões da mídia é mais uma amostra de que o chamado Quarto Poder é tão corrupto e merecedor de desconfiança quanto os outros três.
