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Temer fez mais em um ano do que o PT em 13 anos, diz Mansur

22/07/2017

Um dos políticos mais influentes no governo Temer, o deputado federal Beto Mansur (PRB) defende que a Câmara dos Deputados não autorize o processo de investigação contra o presidente da República pois, segundo ele, é ruim para o Brasil. Para Mansur, Temer deve responder às acusações apenas em 2019, quando deixar o cargo. Na avaliação do parlamentar, a gestão de Temer é muito positiva. “O Michel Temer fez durante um ano, como presidente, mais do que 13 anos de PT. Sou favorável que ele faça as reformas que são necessárias ao Brasil, como a reforma trabalhista, o controle de gastos”, afirma.

 

Jornal da Orla – Na semana passada, houve uma manifestação em frente ao prédio onde o senhor mora, dizendo "quem apoia corrupto, o que é?". O que o senhor tem a dizer sobre isso?

Beto Mansur- Primeiro, que eu estava em Brasília, trabalhando. Não tenho nada contra fazer protesto, mas a pessoa vai fazer um protesto desses irrita mais os vizinhos do que qualquer outra coisa. A mim não, porque eu estava em Brasília. Quem estava lá são sindicalistas, eles não estão preocupados com corrupção ou o que quer que seja, estão preocupados porque perderam o imposto sindical, que eu votei e trabalhei para aprovar a reforma trabalhista.

 

Até é possível que o senhor esteja correto, mas o senhor tem sido bombardeado nas redes sociais, principalmente por pessoas que sempre votaram no senhor, para prefeito, deputado, e agora se dizem decepcionadas. O que o senhor tem a dizer a estas pessoas?
Mansur-
Quem está falando que estou apoiando corrupto tem que lavar a boca. Uma coisa é ter uma discussão em torno do Michel Temer, aí sim acusado por um corrupto, o Joesley da JBS, um corrupto que roubou o país e está livre por acordo com o Ministério Público. Outra coisa é eu estar trabalhando pelo país e defendendo que o Michel Temer deve se manter como presidente. Há uma diferença muito grande. Não estou defendendo o Michel Temer pessoa física. Ele vai responder, vai se defender na Justiça, na minha análise, no dia que ele deixar a Presidência, que vai ser dia 1º de janeiro de 2019. Se ele for culpado, vai ser condenado. Eu defendo que ele se mantenha, administrando o país, porque não dá para entrar numa aventura a seis meses de um processo eleitoral.

 
O senhor tem sido um dos mais ferrenhos para impedir a abertura de investigação das ãcusações contra Temer. O que tem a dizer sobre isso?  
Mansur-
Não estou barrando investigação nenhuma. O que estou discutindo é que tem um processo político no Brasil e os partidos de esquerda querem dar um troco porque a gente votou o processo de impeachment. Ele até pode ser investigado, mas depois que terminar o mandato dele. O que eu acho é que é ruim para o Brasil…

 

Por este raciocínio, ele pode fazer o que bem entender, em nome da governabilidade, da estabilidade econômica…
Mansur
– Não pode fazer o que bem entender. As denúncias que foram formuladas, você sabe muito bem porque você é repórter, são ineptas…

Eu não sei disso. Eu e muitas pessoas, inclusive pessoas que apoiam o governo, pessoas do PSDB, acham que precisam ser investigadas.
Mansur-
Sim, mas depois que ele sair do mandato. Agora é política. Este processo político nós estamos votando contra. Ganhamos na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e vamos ganhar no plenário e encerrar este assunto.

 

Está pesado pra caramba carregar o Michel Temer?
Mansur-
Para mim, não, estou defendendo o país. O Michel Temer fez durante um ano, como presidente, mais do que 13 anos de PT. Sou favorável que ele faça as reformas que são necessárias ao Brasil, como a reforma trabalhista, o controle de gastos. A gente está trabalhando com muita responsabilidade.

 

O senhor tem sido hostilizado nas ruas?
Mansur-
Não, tenho recebido muitos cumprimentos. Em vim para cá no fim de semana passado, andei na praia, tenho recebido apoio de muita gente, a favor de que ele permaneça e faça essa transição e a gente possa eleger um novo presidente em 2018. Só teve essa na frente da minha casa, de sindicalistas que deveriam estar trabalhando, exatamente porque a gente acabou com o imposto sindical. Pouca gente sabe, mas cada um de nós, que somos registrados, trabalhamos um dia por ano para poder bancar a mordomia de muito sindicato, de muita gente que acaba sendo liderança sindical e não trabalha. 

 

Até seus adversários políticos reconhecem a enorme habilidade política que o senhor tem. No entanto, a sua votação vem caindo eleição após eleição. Na última, só foi eleito por conta do cociente eleitoral, da votação obtida por Celso Russomano. Qual será o seu futuro político no ano que vem? Vai se candidatar à reeleição? Vai mudar de partido?
Mansur-
Não vou mudar de partido. Muita gente, no sistema eleitoral brasileiro, é eleita pela composição, os votos de todos os componentes do partido. É uma coisa normal. Nós usamos uma estratégia de não aparecer na televisão, aparecer o Celso Russomano. Não tem absolutamente nenhuma diferença. Fui eleito no sistema proporcional e estou na vida pública há bastante tempo prestando serviço à sociedade. Agora, quantos votos eu tive é um detalhe. O Tiririca teve muitos votos e não participa de uma série de atividade que eu participo. Então, essa coisa de ter muito voto ou pouco voto é um detalhe. É importante dizer que estou trabalhando para ajudar minha região e minha cidade.