A partir desta semana, o Programa de Captação de Córneas retorna a São Vicente. O sistema entrou em vigor em 2011 e funcionou até 2013 no Hospital Municipal de São Vicente (antigo Crei), quando foi transferido para São Caetano. O serviço foi retomado em 2017 com a nova gestão, graças a uma nova parceria entre a Associação dos Médicos de São Vicente, a Secretaria da Saúde e o Banco de Olhos de Sorocaba.
Atualmente, há uma sala no Crei destinada para este serviço, que vai contar, inicialmente, com um profissional. A expectativa é que a equipe aumente para quatro pessoas, contratadas por meio do Banco de Olhos de Sorocaba para atuar na Cidade. Para realizar a retirada da córnea, é preciso fazer um curso de especialização de dois anos, oferecido somente no Hospital Albert Einstein.
“Na atual gestão, vimos novamente a possibilidade de reativar esse setor, que é de vital importância para São Vicente, pois a população, que sempre colaborou, mais uma vez terá à disposição um serviço de qualidade com transparência e eficiente para ajudar ao próximo”, afirma o secretário de saúde, Haroldo Fábio Genaro.
Procedimento
Para ser um doador de córnea não é necessário deixar nenhum documento ou realizar cadastro. Quando constatado o óbito e o corpo levado para o morgue, os profissionais do hospital comunicam o biomédico do banco de olhos. Ele é responsável por analisar a viabilidade da doação através do atestado de óbito e prontuário. Dada a comprovação de que a córnea pode ser doada, o profissional conversa com a família para a permissão.
Caso os familiares aceitem, eles devem preencher um documento de autorização. Uma das vias segue para Sorocaba juntamente com as córneas; a segunda via fica com a equipe do banco de olhos; a terceira fica com a família ou a funerária. O biomédico realiza a enucleação (retirada da córnea) no morgue ou na funerária. Vale ressaltar que o procedimento não compromete o corpo, de modo que a família ainda poderá realizar o velório sem complicações.
Após a enucleação, as córneas são mantidas em temperatura ideal para conservação até serem retiradas para transporte até Sorocaba. Lá é feita a preservação dos órgãos, armazenados em um local apropriado até o resultado da sorologia do doador. Sendo constatada a viabilidade das córneas, elas estarão disponíveis para transplante.
