O grande entrave para o crescimento do país hoje, além da corrupção, é a taxa abusiva de juros cobrada por bancos públicos e privados. É simplesmente a maior taxa real de juros do planeta, fato que inviabiliza a geração de empregos e asfixia pequenas e médias empresas.
O Banco Central tem sido conservador na redução da Taxa Selic, a que serve de diretriz para o mercado. Apesar de dois meses seguidos de deflação, o BC reduziu a taxa de juros em apenas um ponto percentual, de 10,25% para 9,25%.
O momento exige mais ousadia e é praticamente impossível que pequenos empresários e comerciantes, que movimentam a economia do país e geram milhões de empregos, possam fazer novos investimentos ou mesmo sobreviver sem taxas de juros civilizadas.
Chega a ser estranho o comportamento da diretoria do BC. Por que juros tão elevados se a inflação está abaixo do centro da meta e o desemprego atinge mais de 13,5 milhões de brasileiros?
É verdade que o governo federal não vem fazendo a sua parte – cortar privilégios e despesas desnecessárias, mas ao adotar uma postura excessivamente conservadora o BC apenas favorece – como tem acontecido historicamente no Brasil – banqueiros e rentistas, que vivem às custas da exploração de pequenos empresários, comerciantes e trabalhadores.
Enquanto a roubalheira corre solta na capital da República, os banqueiros seguem fazendo a festa com as taxas de juros mais altas do planeta. O fato em si gera uma brutal transferência de renda sem paralelo no mundo civilizado.
Roubo e espoliação. Até quando os brasileiros de bem terão de conviver com isso?
