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Depois de salvar Temer, deputados querem grana para a campanha

05/08/2017

Depois de salvar o pescoço do presidente Michel Temer, livrando-o de uma investigação por corrupção passiva e garantindo sua permanência até dezembro de 2018 no Palácio do Planalto, deputados da base aliada já analisam uma proposta de reforma política que inclui mais dinheiro do contribuinte para os partidos políticos. 

O objetivo é conseguir entre R$ 3,5 e R$ 4 bilhões para a campanha eleitoral de 2018. Incomoda aos parlamentares o fato de o STF ter proibido o financiamento de campanhas eleitorais por parte das empresas. O jeito é buscar uma alternativa, já que ninguém é de ferro e campanhas eleitorais custam uma fortuna.

 

O silêncio das ruas
Uma comissão de deputados começa a analisar terça-feira (8) a proposta de mudança. Se for aprovada, irá a plenário e depois para o Senado. As chances de a proposta de o contribuinte bancar a campanha dos candidatos aumentam diante da ausência de protestos populares. O silêncio das ruas abre as portas para que deputados avancem sobre o dinheiro público, apesar da gravidade da crise econômica que atinge duramente milhões de brasileiros.

 

Vitória incontestável
A vitória de Michel Temer foi incontestável. Acuado pelas denúncias e sob intensa pressão do grupo de mídia mais poderoso do país, ele resistiu. Usou e abusou da distribuição de dinheiro público para emendas parlamentares, mas resistiu.

Michel Temer, no entanto, terminará o mandato como o presidente mais impopular da história do Brasil e sem condições de aprovar a reforma da Previdência, esperada pelo mercado, e uma das principais promessas de seu governo.

Pato manco
Em Brasília, Temer já é considerado "um pato manco", expressão utilizada nos Estados Unidos para todo presidente que perde popularidade e não tem mais condições políticas de aprovar projetos importantes. Seu final de governo será melancólico, assim como foi o de José Sarney.