Notícias

Ácido acetilsalicílico

29/07/2017

O ácido acetilsalicílico (AAS) é um medicamento antigo com múltiplas funções. Além de sua ação básica como analgésico, antitérmico e anti-inflamatório, também apresenta um importante efeito antiagregante, o que o faz ser usado como preventivo contra problemas cardiovasculares, como infarto e AVC. Popularmente, acredita-se que “afina o sangue”, denominação inadequada e incorreta, apesar de impedir a formação de trombos.

Explicando. O sangue é um líquido com propriedades físicas especiais devido sua composição. Além de água, é composto por células (glóbulos vermelhos e brancos) e proteínas. Essa composição define sua viscosidade e resistência ao fluir por dentro dos vasos, dando a consistência gelificada, semelhante ao de ketchup (molho comestível).

O AAS age sobre uma fração do sangue chamado de plaquetas, que um fragmento de célula responsável pelo início da coagulação. As plaquetas interagem com estruturas externas ao vaso sanguíneo aderindo-se com as mesmas, quando esse é rompido. Porém, a hipertensão, diabetes e dislipidemia (alteração do perfil de gordura no sangue), isoladamente ou em conjunto, podem causar pequenas lesões na parte interna (endotélio) das artérias que poderão ativar as plaquetas para ali se aderirem, formando um trombo.

Esse trombo causará uma obstrução na artéria, comprometendo a função do órgão que é irrigado por esse vaso, levando-o a uma lesão. Se o órgão for o coração, o trombo poderá causar o infarto do miocárdio, se for o cérebro, AVC, se rim, insuficiência renal, etc. Além disso, o trombo poderá se tornar volante, provocando, então a embolia. Por exemplo, em casos de infarto, a lesão no coração induz a formação de trombos soltos que poderão atingir o cérebro e, por obstrução, provocar o AVC, e o trombo também agrava o próprio infarto.

Se antes o AAS era recomendado a qualquer pessoa que envelhecesse, atualmente, o medicamento é indicado apenas para as pessoas que apresentam risco de infarto ou de AVC, como apresentado, pessoas com hipertensão, dislipidemia, diabetes, idosos, etc. Esses fatores são analisados pelo médico que define a necessidade ou não do uso preventivo do AAS. Apesar de sua segurança, como todo medicamento, o AAS apresenta reações adversas e contraindicações, são elas: hipersensibilidade, úlceras no estômago, problemas hepáticos graves ou alterações na composição das células sanguíneas. 

As pessoas que usam o AAS de forma contínua, precisam tomar cuidado com situações de risco de hemorragia, justamente porque o AAS diminui a ação das plaquetas. Por isso, que surgem as manchas arroxeadas pelo corpo, principalmente os braços, pois são pequenos sangramentos derivados de pequenas batidas que o corpo demora a fechar.

Se ainda tiver dúvidas, encaminhe sua dúvida para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da Unisantos. O contato pode ser pelo e-mail [email protected] ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.