Coluna Dois

Eleição no Santos em dezembro

19/08/2017

Na primeira quinzena de dezembro, vão ser disputadas presidência e vice-presidência do clube e metade das vagas do Conselho Deliberativo. A pouco menos de quatro meses da votação, o processo sucessório do clube teve um lance muito interessante nesta semana.

Um dos pré-candidatos de oposição, Odir Cunha, anunciou a retirada da candidatura. O lance se torna interessante em função do motivo apresentado por Odir Cunha para sair da disputa no texto “Ser ou não ser candidato”. Ele escreve que a fragmentação das oposições em várias candidaturas pode facilitar a reeleição do presidente atual e de seu grupo, que ele considera “nocivos para o equilíbrio e para o crescimento do clube”. Poderiam vir “mais 3 anos tenebrosos”.

Odir Cunha, um dos principais historiadores do Santos, e conhecedor profundo do clube, fundamenta a crítica à gestão atual com números e conceitos.

Número de sócios (o Santos despencou do topo para a 13ª posição no ranking brasileiro nesse quesito), média de público, venda de material esportivo e visibilidade na TV estão entre os itens que comprometem o futuro do Santos citados no texto. O aumento da dívida do clube e o inchaço do quadro de funcionários, também.

Odir Cunha entende que as oposições se dividem em dois grandes grupos com candidatos que ele avalia com ótimo potencial, melhor inclusive que o dele, Odir, para gerir o clube. Um deles, José Carlos Peres, já participou de muitos projetos no Santos, ele escreve, inclusive o do reconhecimento dos títulos brasileiros anteriores a 1971. O outro, Walter Schalka, que ele define como um dos gestores mais qualificados do país (presidência da Cimentos Votorantim e da Suzano Celulose), participou do grupo GUIA que orientou a gestão bem-sucedida de Luís Álvaro e Odílio no Santos (2010-2011).

Em relação aos conceitos, Odir Cunha fala em transparência, competência e ousadia com que a torcida sonha na direção do clube e que ele entende que estão muito longe da gestão atual.

A retirada da pré-candidatura de Odir Cunha pode introduzir um referencial novo para os candidatos de oposição: a priorização de uma possível união, para o bem do clube, prevalecer sobre os projetos pessoais de cada pré-candidato.

Ele se dispõe a apoiar um desses dois opositores a partir de um compromisso de implantação de alguns projetos essenciais para a manutenção da grandeza do Santos no futuro: mando de jogos, campanhas para aumento do número de sócios, construção de um Centro de Treinamento para as divisões de base em Santos, ações de endomarketing para reforçar o vínculo do Peixe com a região e espaço para a participação dos associados de cidades distantes no processo político do clube.

 

Escolha de Sofia
Uma possível conquista do título da Libertadores deste ano teria peso decisivo na reeleição da gestão atual do Santos. Mas todos os torcedores que se opõem ao atual presidente são unânimes: preferem o título mesmo que tenham de aguentar mais três anos de uma direção que eles consideram muito ruim. Existe também um receio de um outro vexame numa possível final do Mundial de Clubes diante do Real Madrid, como aconteceu diante do Barcelona em 2011. Com razão: há um abismo entre o nível do futebol jogado na Europa e o praticado aqui na América do Sul.

 
Chances concretas 
O Peixe tem grandes possibilidades de passar pelo Barcelona genérico, o de Guayaquil, clube mais popular do Equador, nas quartas de final em setembro e chegar à semifinal da Libertadores. Os equatorianos, pelo que apresentaram diante do Palmeiras, podem ser superados. Se isso acontecer, o torcedor pode sonhar com o título. Não há nenhum bicho-papão entre os concorrentes e o time santista pode subir de produção com a volta de jogadores importantes lesionados e a estreia de Nilmar.

 
Rodada do Brasileiro 
O Corinthians, líder disparado, depois de uma folga que proporcionou ao elenco uma inter-temporada de duas semanas, recebe neste sábado, às 16h, o ameaçadíssimo pelo rebaixamento Vitória baiano. No domingo, às 16h00, o São Paulo visita o Avaí em mais um jogo de 6 pontos na luta para se afastar da zona da degola. No mesmo horário, a Ponte recebe o Botafogo. Às 19h00, o Palmeiras, em crise e com o elenco rachado, recebe a cansada Chape, que volta de excursão pela Europa. No mesmo horário o santos enfrenta no Paraná um Coritiba já recheado de ex-santistas e que levou mais dois nesta semana: o zagueiro Cléber e o meia Rafael Longuine.