O número de animais de estimação domésticos cresce ano a ano. Esse mercado em expansão estimula o lançamento de novos produtos que visam à saúde animal. Em paralelo a esse crescimento, discussões éticas e sanitárias são cada vez mais frequentes. Assim, um órgão de regulação sanitária, como a Anvisa brasileira, tem de estar atento para os riscos que, eventualmente, esses novos produtos possam causar aos animais.
Em recente documento de julho 2017, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) concluiu ser seguro o uso oral de uma substância (fluralaner), em cães, contra pulgas e carrapatos. Porém, um alerta dos produtores dos medicamentos deverá ser feito aos proprietários e veterinários. O uso produto aumentaria o risco de convulsões, principalmente em cães propensos a tal situação.
É certo que os dados sobre essa reação adversa são insuficientes para uma conclusão segura e definitiva. A informação sobre os cães que apresentaram convulsão ao usar o produto não é conclusiva porque muitos dos animais já apresentavam crises antes de usar o medicamento antipulga, bem como também faziam uso de outros medicamentos. Mais estudos e mais informações dadas pelos proprietários poderão estabelecer uma certeza.
O alerta da EMA baseia-se em mais de 2.000 casos de convulsão constatados em cães na Europa. Naquele continente foram comercializados mais de 18 milhões de doses. O produto é comercializado nos países europeus desde 2014. A mesma substância é comercializada para gatos, porém pela via tópica.
Quanto às pulgas, existem espécies específicas que habitam os cães e os gatos. Apresentam pequenas diferenças entre si, mas podem, ocasionalmente, picar animais de outra espécie, inclusive os seres humanos. Sua picada pode causar dermatite, repostas alérgicas e eventuais infecções secundárias. As pulgas podem transmitir parasitas intestinais aos gatos e, principalmente, aos cães. Daí a importância de se evitar o a infestação nos animais por esse inseto.
Já os carrapatos são ácaros que se apresentam em várias espécies diferentes, sendo algumas delas mais importante do ponto de vista de saúde pública, pela possibilidade de transmitir inúmeras doenças infecciosas, sejam elas bacterianas ou parasitárias. O carrapato apresenta três fases de vida e os cães são o hospedeiro que permite o desenvolvimento de todas elas. Assim como as pulgas, o seu controle é fundamental.
Se ainda tiver dúvidas, encaminhe sua dúvida para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da Unisantos. O contato pode ser pelo e-mail [email protected] ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.
