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Gilmar Mendes, o rei do Brasil

26/08/2017

O Brasil se define como uma república, mas tem um rei e ele atende pelo nome de Gilmar Mendes, o ministro falastrão do STF (Supremo Tribunal Federal), que tem tomado decisões polêmicas e, mais recentemente, resolveu ofender juízes e procuradores. Sua especialidade tem sido abrir as portas das cadeias e libertar corruptos endinheirados, tudo em nome do estado democrático de direito. 

Gilmar Mendes vai avançando diante de uma sociedade amortecida por suas tragédias e que se manifesta apenas nas redes sociais ou, eventualmente, como aconteceu no Rio de Janeiro, faz um pequeno protesto.

O fato é que o comportamento do “rei do Brasil” ofende a consciência cívica da Nação. Durante a semana, o jornal O Globo foi entrevistar um colega de Mendes, o ministro Luís Roberto Barroso: “O ministro Gilmar continua se reunido com Temer, que está denunciado, e conversando com Aécio Neves, alvo de inquérito do qual ele é relator. Essas conversas têm reflexos na credibilidade do tribunal?”, questionou o jornalista. Barroso parou para pensar por sete segundos e respondeu; “Não vou comentar”. Nem precisa.

Gilmar Mendes não e preocupa com o que pensam dele seus próprios colegas de tribunal, tampouco juízes, procuradores e a opinião pública que, afinal, é quem lhe paga seus salários e suas mordomias (de lei, é claro). 

O ministro viaja no avião presidencial, mantêm encontros com o presidente, que foi denunciado por corrupção, conversa abertamente com investigados, tudo de forma muito natural. Mais recentemente mandou soltar por duas vezes o empresário Jacob Barata Filho, condenado por pagar propinas a políticos. Um detalhe: GIlmar foi padrinho de casamento da filha de Barata. 

O rei do Brasil agora quer mudar a Jurisprudência do próprio STF, que autorizou a prisão de condenados em segunda instancia. A resposta do ministro Luís Barroso ao jornal O Globo define bem a situação:

“Um país em que a jurisprudência vai mudando de acordo com o réu não é um estado de direito, é um estado de compadrio. Eu sou contra isso”.

 A questão é: quem vai parar Gilmar Mendes?