Coluna Dois

Eleição do Santos tem candidatura flex

02/09/2017

Em 2009, a eleição do Santos teve duas chapas. A de oposição venceu a de situação. Em 2011, num quadro igualmente bipolarizado, vitória da situação. Em 2014, uma das quatro chapas oposicionistas venceu a eleição que tinha uma quinta chapa representando a situação.   

 

Em dezembro, os associados do Peixe vão novamente às urnas.  O cenário parece se encaminhar para três chapas. O curioso é que muitos observadores da política do clube entendem que são duas chapas de situação e só uma de oposição. 

O presidente atual mudou de ideia no ano passado e disputa a reeleição. Na campanha de 2014 e até meados do ano passado, Modesto Roma prometia que não seria candidato e se dizia contra o continuísmo. Mas vai se candidatar e o Estatuto do clube garante a ele esse direito. Dois mandatos, aliás, não caracterizam continuísmo. 

José Carlos Peres (foto), segundo colocado em 2014, também já anunciou a candidatura. Ele se apresenta como oposição. Mas num texto recente que circulou no WhatsApp, muito coerente, do conselheiro Clóvis Cimino, essa posição é contestada.  

Cimino, que integrou a chapa de Peres em 2014, lembra de duas passagens políticas importantes que atrelam o candidato Peres ao grupo da atual situação. 

Uma delas é a da eleição da Mesa do Conselho. Peres e mais 15 conselheiros do grupo dele se juntaram ao grupo vencedor da eleição e garantiram a vitória da chapa de Fernando Bonavides, que sem esse reforço teria sido derrotada pela chapa de oposição de Alberto Pfeifer. A vitória por 112 x 85 votos poderia ter se transformado numa derrota por 101 x 96. 

José Carlos Peres também colaborou por sete meses, em cargo remunerado, nessa gestão atual. 

Além dessas duas passagens, o candidato tem um histórico de sensibilidade aos argumentos de Marcelo Teixeira, ex-cartola do Peixe que lançou a candidatura do presidente atual em 2014.  

Peres pode estar sendo usado para tirar votos da verdadeira oposição, principalmente em São Paulo, e ajudar na tentativa de reeleição do presidente atual.

Os oposicionistas conversam para se unir numa única chapa. É difícil. Mas se essa candidatura única for viabilizada, é provável que seja encabeçada por Walter Schalka, considerado um dos gestores mais capacitados do país e que fez parte do Grupo Guia, que assessorava o presidente Luís Álvaro no biênio 2010-2011.      

Um dos articuladores da união das oposições acredita na possibilidade da chapa única. Diz, em off, que “todos os grupos de oposição já entenderam o quanto essa administração atual é nociva para o clube”.  
 

TV paga encara a TV aberta 
A ida de Neymar para o Paris St Germain provocou uma revolução nos números da TV paga de esportes no Brasil. A Ligue 1, Campeonato Francês, antes ignorada, passou a protagonista. A estreia de Neymar rendeu a liderança entre todos os canais pagos para o SporTV, com 2,8 milhões de telespectadores e o terceiro lugar para a ESPN. Desbancou o Barcelona do primeiro lugar nesse público no Brasil. A própria Rede Globo, que detém os direitos de transmissão da Ligue 1 até o final dessa temporada, em junho do ano que vem, pensou em transmitir o jogo. Certamente atrairia mais que os frágeis 17 pontos, equivalentes a 6,8 milhões de telespectadores de Palmeiras e Vasco naquela tarde de domingo. 
 

Poupar ou não, eis a questão 
Os jogos de volta das semifinais da Copa do Brasil, na semana passada, deram razão aos adversários da decisão de poupar jogadores antes de jogos decisivos. O Botafogo poupou o time todo no jogo contra a Ponte Preta no domingo anterior, pelo Brasileiro. Perdeu por 2 x 1. E na quarta, perdeu também a vaga para a final da Copa para o Flamengo que colocou os titulares em campo contra o Atlético Goianiense no sábado e ganhou por 2 a zero. O Grêmio poupou naquele domingo contra o Furacão, em casa. Empatou por zero a zero e perdeu a vaga na final da Copa para o Cruzeiro que, também no domingo, utilizou os titulares para vencer o Sport Recife por 2 a zero.