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Medicamentos e idosos

02/09/2017

Um estilo de vida saudável traz imensos benefícios, permitindo envelhecer com saúde e, possivelmente, sem necessidade de medicamentos. Porém, essa não é a realidade brasileira, sequer mundial. Vários estudos apontam que os idosos tendem a consumir, em média, entre quatro e cinco medicamentos diferentes, e alguns, mais do que isso. Essa situação é chamada de polifarmácia e pode ser ruim para a pessoa, ainda que necessária.

O uso de medicamentos por idosos traz algumas considerações como as mudanças que idade traz ao funcionamento do organismo e sua relação com os medicamentos. O idoso se torna mais sensível aos medicamentos, podendo apresentar mais reações adversas. 

Em função dessa condição, foi criado o conceito do “Medicamento potencialmente inapropriado para os idosos”. A partir de então, muitas listas de medicamentos que devem ser evitados pelos idosos foram criadas. Duas delas são mais citadas: Beers-Fick e a PRISCUS (desenvolvida na Alemanha). Um estudo brasileiro, comparando as duas listas citadas, as considera importantes, porém inadequada à realidade brasileira.

De um modo geral, não há plena aceitação de seus critérios de inclusão, porém aceita-se a necessidade de cuidados diferenciados para a prescrição de medicamentos para idosos. A lista PRISCUS relaciona 83 medicamentos e foi produzida por uma equipe de especialistas na área da geriatria e revisada por outra. O critério científico de estudos baseou a inclusão dos medicamentos. Estudo europeu, incluindo sete países do continente, considera a importância de que cada país construa seus critérios e crie sua própria lista.

Estudos internacionais baseados nessas listam mostram que cerca de 50% dos idosos fazem uso de, pelo menos, um medicamento potencialmente inapropriado e próximo de 7% dos idosos consomem até cinco medicamentos inadequados. Esses números e os tipos de medicamentos consumidos podem variar de país para país.

Alguns desses medicamentos que constam dessas listas são aparentemente inofensivos, como o sulfato ferroso. Em altas doses, essa substância pode provocar constipação intestinal e perda de apetite. Outro exemplo são os medicamentos que causam sonolência ou relaxamento muscular. Esses podem facilitar quedas e fraturas, o que é bastante grave para o idoso, podendo causar sua morte como consequência. No Brasil, ressalta-se o uso particular do Gingko-biloba juntamente com medicamentos antiagregantes plaquetários. A associação desses dois tipos de remédios pode aumentar o risco de hemorragias. 

Se ainda tiver dúvidas, encaminhe sua dúvida para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da Unisantos. O contato pode ser pelo e-mail [email protected] ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.