Coluna Dois

Depois da pausa da Seleção, a arrancada do Peixe

16/09/2017

Torcida e time do Santos vivem nesta semana um clima de lua-de-mel. Com razão. A vitória sobre o Corinthians, principal rival, no domingo (9), por 2 a 0, na Vila Belmiro, consolidou o Peixe na disputa pelos primeiros lugares do Campeonato Brasileiro. E o empate por 1 a 1 com o Barcelona, em Guayaquil, desenhou a conquista de uma vaga nas semifinais da Copa Libertadores.

 Na Vila, o time de Levir Culpi mostrou consciência tática apurada. Soube se defender com precisão durante a maior parte do jogo e não só contra-atacar, mas também pressionar o adversário no campo dele e criar oportunidades de gol em jogadas trabalhadas. 

Em Guayaquil, mostrou também o espírito de competição necessário para a disputa continental. O torcedor santista tem motivos para estar animado. Jogadores importantes, como Ricardo Oliveira, Zeca, Renato e, principalmente, Lucas Lima, que sofreu lesão no Equador, mostram subida de produção nesta fase decisiva das duas competições. E outros, como Lucas Veríssimo e Bruno Henrique, evoluíram e vem mantendo um nível alto de desempenho já há algum tempo. O volante Alison também está se firmando e o time, com ele em campo, não tem se ressentido da perda de Thiago Maia, transferido para o futebol francês.

 

O goleiro Vanderlei, nesse ponto, constitui um capítulo à parte. Cantado nas arquibancadas como “o melhor goleiro do Brasil”, tem correspondido com atuações impressionantes. Transmite segurança à defesa e tem garantido resultados importantes para o time. Muitos analistas apontam Vanderlei como o jogador de maior destaque do Brasileiro deste ano. Um motivo de cuidado para a comissão técnica do Santos é o cansaço pela maratona de jogos neste mês. 

Contra o Corínthians, a partir das 20 minutos do segundo tempo, a equipe passou a não conseguir mais montar a segunda linha de 4 à frente da defesa e o adversário conseguiu criar várias jogadas de cruzamento pelo setor direito do ataque. Em Guayaquil, o time do Santos não conseguiu ficar com a bola depois do gol e sofreu pressão.

 Alguns jogadores, como Lucas Lima e Ricardo Oliveira, reclamaram duramente da logística da viagem de 17 horas para o Equador logo depois da vitória na Vila.

 Outro ponto de preocupação é a dificuldade para substituir Vítor Bueno, lesionado. Até agora, Copete, Thiago Ribeiro, Vladimir Hernandez e Kayke estão devendo.  Nada que não possa ser consertado com conversa e trabalho.

 

Final entre brasileiro e argentino
Se o Santos passar pelo Barcelona de Guayaquil, enfrenta na semifinal da Libertadores o vencedor do confronto entre Botafogo e Grêmio. Um brasileiro, assim, está garantido, depois de três anos de ausência, na final. Da mesma maneira, se o River Plate, campeão de 2015, passar pelo boliviano Jorge Wilstermann, enfrenta o vencedor do confronto argentino entre San Lorenzo, campeão de 2014, e Lanus. Fica, assim, desenhada a possibilidade de uma final entre um brasileiro e um argentino, que não acontece desde 2012, ano de Corinthians e Boca Juniors. 

 
Champions League
O torneio mais valorizado do mundo teve a largada da temporada 2017/2018 nesta semana. Dos quatro gigantes, três atropelaram os adversários na estreia: Real Madrid, Bayern e Barcelona. O quarto, Juventus, foi atropelado pelo Barça. Paris St Germain, de Neymar, e a tropa inglesa de Chelsea, Manchester United, Totenham e o Manchester City, de Gabriel Jesus, também brilharam. Na segunda rodada, o confronto mais aguardado vai acontecer no dia 27 (quarta-feira), quando o Paris St Germain recebe o Bayern de Munich.

 
Eleições em clubes de futebol
Na bola, como na política, os resultados do momento definem a decisão dos eleitores nas urnas. No Santos, que tem eleição em dezembro, quase todos os analistas dão como certa a reeleição de Modesto Roma se, em campo, o time conquistar a Libertadores. Em muitos casos, entretanto, o futuro não confirma as previsões otimistas daquele momento. O Corinthians vencedor de Alberto Dualib terminou rebaixado para a Série B. O Vasco de Eurico Miranda mergulhou na decadência depois do título inédito da Libertadores. O São Paulo bicho-papão de Juvenal Juvêncio nunca mais ganhou nada e neste ano está lutando contra o rebaixamento.